Trump impede acesso a versão completa do relatório de Mueller
O Presidente norte-americano invocou hoje um privilégio executivo para impedir o Congresso de aceder à versão completa do relatório Mueller, sobre a investigação da sua ligação à Rússia e a interferência russa nas eleições norte americanas.
© Reuters
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"Perante o abuso de poder do congressista [democrata] Jerrold Nadler e a pedido do Procurador-Geral, o Presidente não tem outra escolha senão a de invocar o seu privilégio executivo", disse, em comunicado, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.
Nadler, que preside o Comité Judicial da Câmara dos Representantes, tinha solicitado ao Departamento de Justiça o relatório completo elaborado pelo procurador especial Robert Mueller -- incluindo as secções confidenciais -- e outros documentos relacionados, dado que a versão pública do documento, publicada há algumas semanas, continha numerosas eliminações.
Este anúncio chega também numa altura em que o comité presidido pelo democrata se prepara para votar na possibilidade de declarar o Procurador-Geral dos EUA, William Barr, em desobediência ao tribunal, por recusar entregar a versão não censurada do relatório.
Barr não compareceu a uma audiência no Congresso, na semana passada, para falar acerca da sua gestão do relatório Mueller sobre a interferência russa nas eleições de 2016, acicatando a guerra com os democratas.
Nadler já reagiu à medida da Casa Branca, dizendo que este é um novo sinal do "desafio total" de Trump aos direitos constitucionais do Congresso.
"Todos os dias aprendemos sobre novos esforços desta administração para empatar o Congresso. Isto é sem precedentes", disse.
A decisão de Trump de invocar o conceito de "privilégio executivo", que permite ao presidente evitar a difusão de documentos ou materiais utilizados pelo poder executivo, pode gerar uma batalha nos tribunais sobre a sua constitucionalidade.
A versão censurada do relatório de Mueller indica que o promotor especial não encontrou nenhuma prova de que a administração de Trump colaborou com a Rússia na pressuposta ingerência nas eleições de 2016.
Os democratas rejeitam essa versão e acusam Donald Trump de estar a manipular William Barr para se proteger relativamente ao relatório Mueller, que consideram ter apresentado evidências que podem levar ao acionamento de um processo de destituição do Presidente, por obstrução à justiça.
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