França vai sancionar militares que alertaram para "desintegração" do país
Militares franceses no ativo que assinaram uma crónica na imprensa a criticar a ação do Governo face à "desintegração" da França devido ao islamismo vão ser sancionados, anunciou o chefe do Estado Maior das Forças Armadas.
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Mundo Militares
Cerca de uma centena de militares, entre eles cerca de 20 generais, assinaram na quarta-feira um artigo de opinião na revista "Valeurs Actuelles" em que consideravam que o país está em plena "desintegração" devido ao islamismo e à criminalidade nos subúrbios.
"Essa desintegração, provocada pelo islamismo e criminalidade nos subúrbios, leva ao desapego de múltiplas parcelas da nação para as transformar em territórios submissos a dogmas contrários à nossa Constituição", pode ler-se no texto.
Este artigo tinha sido publicado originalmente num espaço dedicado às forças armadas no aniversário dos 60 anos da "Putsch" dos generais franceses na Guerra da Argélia, quando alguns generais se insurgiram contra o direito de autodeterminação do país tendo em vista o fim do conflito.
Pelo menos 18 dos signatários deste artigo de opinião estão atualmente no ativo e vão ser sancionados, segundo afirmou François Lecointre, chefe do Estado Maior das Forças Armadas, ao jornal "Le Parisien", numa entrevista publicada quarta-feira ao final do dia.
Quanto aos mais graduados e já na reforma, Lecointre afirma que poderão mesmo ser exonerados.
"Estes oficiais vão passar cada um perante um conselho superior militar. No fim deste processo, é o Presidente da República que vai assinar a sua exoneração", indicou o líder das Forças Armadas gaulesas, lembrando que "quanto mais responsabilidades, maior é a obrigação de neutralidade e de exemplo".
Este artigo de opinião foi apoiado pela líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, que afirmou que "a situação é tão grave que foi preciso que as Forças Armadas" se pronunciassem.
O Governo acusa Le Pen de aproveitamento político, com a ministra da Defesa, Florence Parly, a considerar a ação dos militares de "inaceitável" e o primeiro-ministro, Jean Castex, a apontar o dedo à líder da União Nacional.
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