Governo timorense e parceiros fazem apelo de 26,7 milhões euros
O Governo timorense e os parceiros de desenvolvimento anunciaram hoje o lançamento de um apelo internacional conjunto de 32,7 milhões de dólares (26,7 milhões de euros) para apoiar famílias afetadas pelas cheias e a reconstrução inicial.
© Lusa
Mundo Apelo
"Na sequência das rápidas avaliações que foram concluídas, continuam a existir lacunas de financiamento críticas para satisfazer as necessidades prioritárias das comunidades afetadas pelas inundações e para dar início ao processo de recuperação", de acordo com um comunicado sobre a iniciativa enviado à Lusa.
A iniciativa foi lançada num encontro virtual em que participaram membros do Governo e representantes da comunidade internacional em Timor-Leste, incluindo da ONU.
No encontro, a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação timorense sublinhou os esforços do Governo para destinar fundos para apoio de emergência às populações, bem como para implementar programas de curto e longo prazo para recuperar da calamidade.
Adaljiza Magno notou ser necessário um contributo voluntário dos parceiros internacionais para reforçar a resposta à calamidade, que causou 44 mortos e afetou quase 34 mil famílias, e responder às lacunas que ainda permanecem, na sequência das cheias de início de abril.
O coordenador residente das Nações Unidas em Díli, Roy Trivedy, considerou "imperativo acelerar a prestação de assistência a Timor-Leste nesta fase crítica para evitar mais perdas de vidas, danos adicionais em serviços públicos e infraestruturas essenciais e parar a propagação de doenças".
Na intervenção no lançamento virtual da iniciativa, Trivedy sublinhou que a calamidade ocorreu "numa altura em que o país já está a lutar contra a situação perigosa causada pela covid-19".
O apelo internacional pretende recolher apoios para responder às necessidades humanitárias das famílias afetadas e para ajudar no início do processo de recuperação até dezembro de 2021, indicou o comunicado.
O objetivo é reunir cerca de 8,8 milhões de dólares (7,2 milhões de euros) para necessidades imediatas da população e cerca 23,9 milhões de dólares (19,5 milhões de euros) para os esforços de recuperação.
A estimativa é de que o programa beneficiará cerca de 65 mil pessoas, com intervenções multissetoriais em nove setores chave, incluindo Coordenação e Gestão de Campos de Acolhimento e Abrigos de Emergência, Água, Saneamento e Higiene.
Destina-se também às áreas de Género e Proteção, Segurança Alimentar, Nutrição, Saúde, Educação, Recuperação precoce e meios de subsistência e ainda logística de emergência.
Até ao momento e no âmbito da resposta aos efeitos das cheias, o Governo destinou cerca de 65,2 milhões de dólares (53,3 milhões de dólares), através do Fundo de Contingência.
Os parceiros de desenvolvimento, incluindo agências da ONU, prometeram já 10,7 milhões de dólares (8,75 milhões de euros).
A iniciativa de recolha internacional de apoios pretende intensificar os esforços de apoio às populações nos próximos sete meses, garantindo uma recuperação sustentável, referiu a nota.
O plano foi desenvolvido conjuntamente pelo Governo de Timor-Leste com o apoio do Gabinete do Coordenador residente da ONU e de todos os parceiros humanitários e a implementação vai envolver um total de 86 organizações: nove agências da ONU, 63 parceiros internacionais e 14 Ministérios ou Departamentos do Governo.
As cheias causaram danos avultados em casas, edifícios, incluindo instalações sanitárias e centros de quarentena e isolamento para a covid-19, infraestruturas públicas e terrenos agrícolas.
Mais de 2.163 hectares de terras agrícolas foram danificados, o que "afeta negativamente a segurança alimentar" no futuro próximo, notaram os promotores.
A maior parte dos fundos solicitados (11,6 milhões de dólares) destina-se a garantir segurança alimentar, com uma fatia importante (6,4 milhões de dólares) para recuperação e condições de vida das populações.
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