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Níger expulsa oito ruandeses implicados no genocídio de 1994

O Níger decidiu expulsar "por razões diplomáticas" vários ruandeses envolvidos no genocídio dos tutsi de 1994, acolhidos há algumas semanas em Niamey, de acordo com um despacho ministerial, que confirma informações da Jeune Afrique.

Níger expulsa oito ruandeses implicados no genocídio de 1994
Notícias ao Minuto

16:29 - 29/12/21 por Lusa

Mundo Despacho

O despacho assinado por Hamadou Amadou Souley, ministro do Interior, determina que oito pessoas "são definitivamente expulsas do território do Níger com uma proibição permanente da sua permanência por razões diplomáticas".

A lista de oito nomes, incluindo quatro genocidas condenados pelo Tribunal Penal Internacional para o Ruanda (ICTR, na sigla em inglês) é composta pelo antigo prefeito de Butare (sul), Alphonse Nteziryayo, o antigo chefe dos serviços secretos militares Anatole Nsengiyumva, o tenente-coronel Tharcisse Muvunyi e o capitão Innocent Sahgahutu, que cumpriram as respetivas penas.

Outras quatro personalidades abrangidas pelo decreto foram absolvidas pelo ICTR: Protais Zigiranyirazo, irmão da antiga primeira-dama Agathe Habyarimana, considerado uma figura do regime hutu, François-Xavier Nzuwonemeye, antigo comandante de uma unidade de elite do exército ruandês, o antigo ministro dos Transportes André Ntagerura, e o antigo ministro da Administração Pública Prosper Mugiraneza.

"As partes interessadas serão notificadas para abandonar o território da República do Níger no prazo de sete dias a contar da data de notificação da presente ordem", lê-se no texto, sem indicar o destino futuro dos nomes envolvidos.

A autenticidade do despacho, publicado pelo jornal nigerino Aïr Info, foi confirmada pelo ministro do Interior do Níger à agência France-Presse, que não revelou mais pormenores sobre as razões da expulsão. "A razão, vocês viram-no no papel", disse apenas.

Em 15 de novembro, o Níger assinou um acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) para acolher nove personalidades ruandesas, as oito visadas pela ordem de expulsão e ainda Jerome Clement Bicamumpaka, ex-ministro ruandês dos Negócios Estrangeiros em 1994, também absolvido pelo ICTR.

Segundo a Jeune Afrique, o descontentamento de Kigali está na origem desta reviravolta por parte das autoridades nigerinas.

Entre abril e julho de 1994, o genocídio no Ruanda ceifou cerca de 800.000 vidas, segundo a ONU, na sua maioria de etnia tutsi.

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