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Sobrevivente do Holocausto pede combate ao discurso de ódio contra judeus

Uma sobrevivente de um campo de concentração nazi, Inge Auerbacher, pediu hoje que se combata o ódio contra os judeus, que classificou com um "cancro", num discurso feito por ocasião do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

Sobrevivente do Holocausto pede combate ao discurso de ódio contra judeus
Notícias ao Minuto

15:39 - 27/01/22 por Lusa

Mundo Holocausto

"Infelizmente, o cancro reanimou e o ódio aos judeus voltou a ser comum em muitos países do mundo, incluindo na Alemanha", assegurou esta norte-americana de origem alemã, que foi deportada aos 7 anos para Theresienstadt, um campo de concentração e de extermínio nazi atualmente localizado em território da República Checa.

"Esta doença deve ser curada o mais rapidamente possível", acrescentou a sobrevivente, num discurso realizado no parlamento alemão por ocasião do 77.º aniversário da libertação do campo de concentração e extermínio nazi de Auschwitz-Birkenau, na Polónia, pelo Exército Vermelho, na Segunda Guerra Mundial.

"Vivo em Nova Iorque há 75 anos, mas lembro-me bem dessa época terrível e do ódio", acrescentou a mulher, de 87 anos, que já escreveu vários livros sobre a sua experiência.

Neste discurso, feito perante o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente da Assembleia Legislativa (Knesset) israelita, Mickey Levy, Inge Auerbacher contou a história da sua deportação, em 1942, da região alemã de Baden-Württemberg para o campo de concentração de Theresienstadt.

Auerbacher recebeu um longo abraço do líder do Knesset, que chegou ao final do discurso de lágrimas nos olhos, enquanto os deputados alemães a ovacionaram de pé, segundo relataram as agências internacionais.

"Manter viva a memória do Holocausto é uma tarefa difícil, uma tarefa que recai sobre os ombros de cada geração", sublinhou, lembrando que as últimas vítimas e testemunhas do Holocausto estão a morrer.

"Em breve teremos de viver sem as histórias pessoais dos últimos sobreviventes", observou o chanceler alemão, Olaf Scholz, numa mensagem divulgada pelo seu porta-voz na rede social Twitter.

As autoridades alemãs estão alarmadas há vários anos com o ressurgimento do antissemitismo, tendo o presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, Josef Schuster, multiplicado os apelos para fortalecer a luta contra as ideias de extrema-direita, representadas no parlamento (Bundestag) desde 2017.

A Alemanha comemora, desde 1996, a libertação de Auschwitz-Birkenau no dia 27 de janeiro e declarou a data como o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram neste campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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