Tribunal sul-africano trava construção de sede da Amazon em solo sagrado
Projeto ficaria em território Khoi e San, dois dos primeiros povos a viver na Terra.
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Tech África do Sul
Um tribunal na África do Sul ordenou a suspensão da construção da nova sede da Amazon no país, depois de descendentes de indígenas na região da Cidade do Cabo terem dito que a construção estava a ser feita em solo sagrado.
A juíza Patricia Goliath, citada pela Reuters, disse na sua decisão que o assunto "diz respeito aos direitos dos povos indígenas".
"O direito fundamental à cultura e à herança dos grupos indígenas, especialmente os Khoi e os San, as primeiras nações, estão a ser ameaçados sem avaliação adequada", afirmou.
A construção da nova sede da multinacional norte-americana só poderá continuar após a realização de uma consulta com os povos afetados.
Apesar de nem todos os descendentes dos povos estarem contra a construção junto a dois rios considerados sagrados para os indígenas, uma associação testemunhou a favor do impacto económico que a nova sede traria.
No entanto, a grande maioria opôs-se veementemente ao projeto. Os Khoi e os San são dos primeiros povos a habitar o planeta: os San começaram a sua existência como caçadores há dezenas de milhares anos, juntando-se há cerca de dois mil anos aos Khoi, que se especializavam na criação de gado.
A nova sede da Amazon obrigaria a criação de várias novas infraestruturas, desde hotéis, escritórios e casas para os trabalhadores.
Ainda assim, a juíza não criticou a essência do projeto, e continua a haver vontade das autoridades em levá-lo avante, já que um terço da população ativa está desempregada e qualquer investimento na criação de emprego é visto com bons olhos.
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