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UNESCO alerta para informação "incompleta" sobre estado dos mares

A UNESCO alertou hoje para a informação "drasticamente incompleta" sobre o estado dos oceanos, na apresentação de um relatório que na sua versão piloto carece de números que possam sustentar tomadas de decisão.

UNESCO alerta para informação "incompleta" sobre estado dos mares
Notícias ao Minuto

13:07 - 01/07/22 por Lusa

Mundo Oceanos

O 'Estado do Oceano 2022', que foi apresentado hoje na Conferência dos Oceanos das Nações Unidas em Lisboa, poderá ser um "momento da verdade" para uma sociedade que "sabe o que se passa com os oceanos" perceber que "a descrição quantitativa está drasticamente incompleta", afirmou em conferência de imprensa o diretor do departamento de ciência oceânica daquela agência das Nações Unidas dedicada à ciência, educação e cultura, Henrik Enevoldsen.

Depois da edição piloto do relatório, o objetivo é ter "um relatório conciso curto, com periodicidade curta", em princípio anual - no dia dos oceanos, a 08 de junho -, para complementar outras avaliações, como os relatórios do Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.

"Estamos aquém de um conhecimento abrangente, faltam indicadores credíveis comuns" para avaliar o progresso dos esforços na recuperação dos oceanos, afetados por alterações climáticas, poluição decorrente da atividade humana e perda de biodiversidade, entre outros problemas.

Os parâmetros escolhidos pela Comissão Oceânica Intergovernamental da UNESCO são os dez desafios definidos pela ONU para a sua década dos oceanos, que dura até 2030, e que incluem o combate à poluição marinha, adaptação das comunidades costeiras e proteção e recuperação de biodiversidade e ecossistemas.

Enevoldsen indicou que se pretende que aumentem os investimentos em infraestruturas e recursos humanos para monitorização e vigilância do estado dos oceanos para permitir "prever melhor" o que esperar no futuro, uma capacidade que por enquanto é muito limitada.

Outra das intenções é que os dados recolhidos "estimulem o debate político" e influenciem as decisões a nível global.

"Há uma necessidade urgente de uma descrição quantitativa do estado do oceano, com parâmetros estabelecidos e a capacidade de comunicar mudanças", aponta a UNESCO no relatório.

Enevoldsen apontou que "não há muitas melhorias" na degradação dos oceanos, ressalvou que há "muitas iniciativas que vão na direção certa", mas não é claro que consigam "acompanhar o ritmo" do que corre mal.

Uma das recomendações é que, através do reforço da monitorização e recolha de dados, se construa "uma base teórica para um planeamento e gestão sustentável do oceano, dentro e além de áreas de jurisdição nacional, focadas na economia oceânica, clima e biodiversidade".

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