China julga magnata Xiao Jianhua que desapareceu em Hong Kong em 2017
O magnata sino--canadiano Xiao Jianhua foi hoje a julgamento na China, disse o governo do Canadá, cinco anos após ter desaparecido em Hong Kong, como parte da campanha anticorrupção lançada por Pequim.
© Reuters
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O comunicado emitido por Otava informou que diplomatas canadianos estão a "acompanhar de perto este caso" e a prestar serviços não especificados à família de Xiao.
A mesma nota apontou que nenhuma outra informação vai ser divulgada, devido a considerações com a privacidade dos envolvidos.
Xiao, fundador do Tomorrow Group, desapareceu de um hotel de Hong Kong em janeiro de 2017, numa altura em que o órgão de disciplina do Partido Comunista Chinês lançou vários processos contra quadros do Partido e empresários chineses, acusados de suborno e outras más condutas.
As autoridades nunca confirmaram se Xiao foi detido ou divulgaram as acusações.
O desaparecimento de Xiao ocorreu também numa altura em que as autoridades chinesas intensificaram a pressão sobre suspeitos de corrupção radicados no exterior, para que voltassem ao país e fossem julgados.
Isto alimentou temores de que Pequim pudesse sequestrar pessoas no exterior.
A polícia chinesa estava então proibida de operar em Hong Kong, que tem um sistema legal separado do da China continental.
O Governo central reforçou, entretanto, o controlo sobre Hong Kong, suscitando reclamações de que está a violar a autonomia prometida aquando da transferência da soberania do território para a China, em 1997.
O Partido Comunista impôs uma lei de segurança nacional no território, em 2020, e prendeu ativistas pró-democracia.
Em 2015, cinco pessoas ligadas a uma editora de Hong Kong que vendia livros críticos de líderes chineses desapareceram do território e reapareceram no continente.
Antes do seu desaparecimento, Xiao tinha uma fortuna estimada em seis mil milhões de dólares, de acordo com o Relatório Hurun, que elabora uma lista dos mais ricos da China.
Um funcionário do regulador de valores mobiliários da China disse em fevereiro de 2017 que os chineses no exterior acusados de corrupção seriam "capturados e devolvidos" às autoridades do país.
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