Meteorologia

  • 23 NOVEMBER 2024
Tempo
21º
MIN 13º MÁX 22º

Televisões quenianas deixam de divulgar projeções eleitorais

As televisões quenianas deixaram de divulgar as suas projeções sobre os resultados das eleições de terça-feira, o que levanta dúvidas sobre o resultado desta votação de alto risco, cuja contagem continua hoje no país.

Televisões quenianas deixam de divulgar projeções eleitorais
Notícias ao Minuto

13:59 - 12/08/22 por Lusa

Mundo Resultados

A Comissão Eleitoral Independente (IEBC) deverá anunciar até dia 16 os resultados definitivos das presidenciais de terça-feira, que elegerão o sucesso de Uhuru Kenyatta, Presidente desde 2013, e de cinco outros escrutínios simultâneos, parlamentares e de representantes locais.

A contagem dos votos começou na terça-feira e continua ao nível das circunscrições, condados e ao nível nacional em Nairobi.

No dia seguinte às eleições, as televisões quenianas começaram a divulgar em direto resultados parciais, por vezes contraditórios, baseados nas suas próprias contagens.

Essas projeções pareciam confirmar o cenário de um duelo acirrado entre dois dos quatro candidatos à Presidência: Raila Odinga, que recebeu o apoio do Presidente para a eleição, e William Ruto, vice-presidente cessante.

Os resultados divergentes divulgados pelas televisões criaram ansiedade entre alguns quenianos, numa altura em que se prevê que o Quénia possa ter de ir, pela primeira vez, a uma segunda volta das presidenciais.

No entanto, os canais de televisão pararam de divulgar as suas contagens de resultados, que ocorreu quando a IEBC exortava os quenianos a terem paciência, noticia a agência France-Presse.

"Não é preciso entrar em pânico com as diferenças que vemos nos 'media'", disse o presidente da comissão eleitoral, Wafula Chebukati, sublinhando que os resultados definitivos seriam anunciados pela IEBC.

O presidente do conselho dos 'media', criado pelo Governo, disse entretanto à Associated Press que "ninguém pediu a ninguém" para parar de divulgar os resultados.

"Queremos alinhar os númenos uns com os outros (...). Penso que vamos fazer uma revisão dos números pelos pares", disse David Omwoyo.

Segundo a comissão eleitoral, a taxa de participação nas eleições de terça-feira foi de pouco mais de 65%, menos do que os 78% registados nas eleições de agosto de 2017.

Desde 2002 que todas as eleições são contestadas no Quénia, em alguns casos motivando confrontos violentos.

Em 2007-2008, a contestação dos resultados por Raila Odinga levou a confrontos intercomunitários que fizeram mais de 1.100 mortos e centenas de milhares de deslocados, os piores confrontos pós-eleitorais desde a independência do Quénia em 1963.

Este ano, a IEBC está sob uma pressão acrescida devido à anulação, pelo Supremo Tribunal, das presidenciais de 2017 por "irregularidades", uma decisão inédita em África.

A publicação de resultados parciais pretendia ser um inédito exercício de transparência por parte do IEBC.

Este ano, a generalidade dos observadores, tanto locais como estrangeiros, consideraram que a votação de terça-feira decorreu geralmente sem problemas e de forma pacífica.

Os quenianos votaram para escolher o seu Presidente para os próximos cinco anos, mas também os governadores, deputados e senadores às duas câmaras do parlamento e mais de 1.500 funcionários eleitos locais.

Para ganhar à primeira volta, um candidato tem de recolher mais de metade dos votos e pelo menos 25% nos votos em mais de metade dos 47 condados do país.

Se não houver um vencedor imediato, haverá uma segunda volta num prazo de 30 dias.

Leia Também: UE saúda ambiente pacífico nas eleições de terça-feira no Quénia

Recomendados para si

;
Campo obrigatório