Nobel da Paz. Biden elogia "coragem" contra a "intimidação e opressão"
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, elogiou, esta sexta-feira, a coragem dos galardoados com o Prémio Nobel da Paz, representantes da sociedade civil na Ucrânia, Rússia e Bielorrússia, perante a "intimidação e opressão".
© Reuters
Mundo Nobel
"Os laureados do Prémio Nobel da Paz deste ano lembram-nos que mesmo nas horas sombrias da guerra, perante a intimidação e opressão, o anseio comum da humanidade por direito e dignidade não pode ser abolido", sublinhou o chefe de Estado norte-americano.
Para Joe Biden, os distinguidos - "essas almas valentes" - procuram "a verdade e dão conta ao mundo da repressão política contra os seus compatriotas".
"Falam, resistindo e persistindo apesar das ameaças daqueles que querem silenciá-los", sublinhou.
O Prémio Nobel da Paz 2022 foi atribuído esta sexta-feira a Ales Bialiatski, da Bielorrússia, e às organizações de defesa dos direitos humanos Memorial, da Rússia, e Centro de Liberdades Civis, da Ucrânia.
Ao anunciar o prémio, a presidente do Comité Nobel norueguês, Berit Reiss-Andersen, disse que os laureados representam a sociedade civil nos três países.
"Há muitos anos que promovem o direito de criticar o poder e proteger os direitos fundamentais dos cidadãos. Têm feito um esforço notável para documentar crimes de guerra, abusos dos direitos humanos e abuso de poder", disse.
"Juntos, demonstram o significado da sociedade civil para a paz e a democracia", acrescentou Reiss-Andersen.
O comité norueguês negou esta sexta-feira ter pretendido dar um "presente envenenado" ao presidente russo, Vladimir Putin, no seu aniversário, ao atribuir o Nobel da Paz a defensores dos direitos humanos na Rússia, Bielorrússia e Ucrânia.
Putin, que lançou a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano, celebrou esta sexta-feira o seu 70.º aniversário.
"Este prémio não é dirigido a Vladimir Putin no seu aniversário ou em qualquer outro sentido, exceto que o seu Governo, tal como o Governo bielorrusso, é um governo autoritário que reprime os ativistas dos direitos humanos", disse a presidente do comité, Berit Reiss-Andersen.
Os cinco membros do comité disseram que os laureados deste ano "revitalizaram e honraram a visão de Alfred Nobel de paz e fraternidade entre nações", que consideraram ainda "mais necessária no mundo de hoje".
O químico e engenheiro sueco Alfred Nobel (1833-1896) deixou a sua fortuna para criar um prémio com o seu nome em diversas áreas.
Em relação à paz, segundo o comité norueguês, Nobel estipulou que deveria distinguir o trabalho "pela fraternidade entre nações, pela abolição ou redução de exércitos permanentes e pela realização e promoção de congressos de paz".
Desde 1901, o Nobel da Paz foi atribuído 102 vezes, a 91 homens, 18 mulheres e 25 organizações, num total de 134 laureados.
A lista inclui o atual presidente timorense, José Ramos-Horta, e o bispo Ximenes Belo, distinguidos em 1996, pelo "seu trabalho para uma solução justa e pacífica do conflito em Timor-Leste".
Trata-se do segundo ano consecutivo em que Putin vê um seu crítico a receber o Nobel da Paz.
Em 2021, o jornalista Dmitry Muratov, editor-chefe do jornal independente Novaya Gazeta, entretanto suspenso, foi laureado conjuntamente com a também jornalista filipina Maria Ressa, pela defesa da liberdade de imprensa e de expressão.
Leia Também: Nobel dá "força moral" em "tempos deprimentes", diz ONG russa galardoada
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com