Atirador em discoteca gay no Colorado acusado de crimes de ódio
Anderson Lee Aldrich matou cinco pessoas num ataque direcionado à comunidade LGBTQ+, tendo sido travado por pessoas presentes no Club Q, um local considerado crucial para a inclusão de pessoas queer na região.
© Getty Images
Mundo LGBTQ+
A pessoa que matou cinco pessoas e feriu outras 17 numa discoteca gay em Colorado Springs, nos Estados Unidos, foi formalmente acusada de crimes de ódio esta terça-feira, depois de já ter sido acusado de homicídio.
No passado dia 19 de novembro, Anderson Lee Aldrich entrou no conceituado Club Q, um estabelecimento considerado como um santuário e um lugar de grande inclusão para a comunidade LGBTQ+ nos Estados Unidos, e começou a disparar uma arma semiautomática contra o público, pouco antes da meia-noite.
O objetivo de Aldrich seria o de matar o maior número de pessoas possível, pessoas essas que estavam a celebrar o aniversário de uma drag queen, e na véspera de um dia internacional de solidariedade pelas pessoas transgénero vítimas de violência. Aldrich começou por disparar para pessoas que estavam ao balcão, antes de atirar contra a pista de dança.
Depois de dezenas de tiros disparados, a pessoa foi travada por clientes no interior do bar, antes de as autoridades chegarem.
Anderson Lee Aldrich, de 22 anos, foi presente a tribunal, segundo a Associated Press, demonstrou-se alerta - numa audiência anterior, Aldrich já tinha surgido com o comportamento cerrado e apresentou-se com marcas no corpo. O procurador do distrito do Colorado, Michael Allen, disse que a acusação queria uma condenação não só por crimes de homicídio - para os quais está prevista uma pena de prisão perpétua -, mas também por crimes de ódio, como forma de salientar que ataques a pessoas devido à sua identidade de género não serão tolerados.
Anderson Lee Aldrich - que disse aos investigadores que se identifica como pessoa não binária - foi responsável por um dos tiroteios mais mediáticos do ano nos Estados Unidos. Depois de um ano em que a comunidade LGBTQ+ foi bastante atacada em estados controlados por uma maioria republicana, o tiroteio em Colorado foi o culminar de uma onda de medidas legislativas e propaganda conservadora com vista a restringir os direitos das pessoas queer.
No dia seguinte ao ataque, televisões conservadores como a Fox News continuaram a defender ataques contra a comunidade, especialmente pessoas trans, acusando-as de promoverem pedofilia (algo que tem sido regularmente negado por todas as autoridades competentes. E, em muitos estados, políticos conservadores republicanos têm aprovado leis que limitam os direitos e as atividades de pessoas LGBTQ+, com o Texas a proibir quaisquer tipos de tratamentos para pessoas trans e a Flórida a banir a abordagem de conteúdos LGBTQ+ em escolas e manuais escolares.
Os Estados Unidos da América são o país do mundo com mais tiroteios em massa do mundo, muito devido à flexibilidade e facilidade com que se podem adquirir armas de fogo. Em muitos estados norte-americanos, nomeadamente no Texas, é possível comprar revólveres numa loja, sem qualquer tipo de exame prévio.
Leia Também: Atirador de Buffalo vai declarar-se culpado de crimes de ódio
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com