Cães dados por Kim Jong-Un a antigo presidente sul-coreano vão para zoo
Os dois animais foram oferecidos numa altura em que as relações entre os dois países estavam menos tensas, ao ponto de os dois líderes se encontrarem em algumas cimeiras.
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Mundo Coreias
Os dois cães oferecidos pelo líder da Coreia do Norte ao antigo presidente da Coreia do Sul foram apresentados na sexta-feira no jardim zoológico de Gwangju, na Coreia do Sul.
Os cães são da raça de caça Pungsan, oriundos da Coreia do Norte. Em 2018, durante um período de maior reconciliação entre os dois lados em conflito, Kim Jong-un ofereceu os animais a Moon Jae-in, então presidente sul-coreano, após uma cimeira em Pyongyang.
Os dois líderes acabaram por ser os protagonistas de uma altura de grande aproximação: Moon Jae-in entrou mesmo na Coreia do Sul para assistir a algumas cerimónias oficiais, e os dois países juntaram-se para uma equipa conjunta nos Jogos Olímpicos de Inverno, que se realizaram, precisamente, na Coreia do Sul.
No entanto, em novembro deste ano, Gomi e Songgang acabaram por ter de ser dados a um zoo, depois de Moon Jae-in ter criticado o atual governo conservador da Coreia do Sul pela alegada falta de apoio financeiro no tratamento veterinário dos animais.
SEOUL, South Korea (AP) — A pair of dogs gifted by North Korean leader Kim Jong Un four years ago ended up at a zoo in South Korea after a dispute over who should finance the caring of the animals.
— Juwon Park (@juwonreports) December 12, 2022
By @hyungjin1972 https://t.co/G3SxekyN3w
Nos últimos quatro anos, Moon deixou os animais na residência oficial da presidência, ficando aos cuidados oficiais do estado. Depois de abandonar a presidência da Coreia do Sul, em maio deste ano, Moon pôde levar consigo Gomi e Songgang, depois de uma alteração à lei que passou a permitir que os presidentes levassem presentes de estado consigo se os mesmos forem animais ou plantas).
Em novembro, Moon acusou o governo do presidente Yoon Suk-yeol de se recusar a pagar a alimentação e os cuidados veterinários dos dois caninos. O governo negou as acusações e disse estar disponível para continuar a cuidar dos animais.
Gomi e Songgang acabaram por ser apresentados na sexta-feira no zoo de Gwangju, cidade localizada no sul do país, depois de passarem temporariamente por um hospital veterinário. O autarca de Gwangju, Kang Gijung, disse aos jornalistas que os cães continuam a ser um símbolo de paz, apesar dos tempos mais tumultuosos.
"Gomi e Songgang são um símbolo da paz e da reconciliação e cooperação Sul-Norte. Vamos cuidar deles como cultivamos a semente da paz", disse Kang, citado pela Associated Press.
O casal de cães tem seis crias, todas nascidas após serem oferecidas por Kim Jong-un. Uma das crias está no mesmo zoo, em Gwangju, mas a família está para já separada pois os cães não se reconhecem. Os outros cincos estão em zoos e em instalações públicas da Coreia do Sul.
A troca de cães entre Coreia do Sul e do Norte não é inédita. Em 2000, o então líder norte-coreano Kim Jong-il (pai do atual líder) ofereceu dois Pungsan ao então presidente sul-coreano Kim Dae-jung, quando os dois protagonizaram a primeira cimeira conjunta desde a divisão do país, em 1948. Dae-jung retribuiu com dois cães da raça Jindo, uma raça indígena da Coreia do Sul.
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