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Candidatos em Chipre destacam historial de liderança e não problemas

Os três principais candidatos à Presidência da etnicamente dividida ilha de Chipre encerraram na sexta-feira as suas campanhas destacando os respetivos currículos de liderança em vez dos problemas do país, a dois dias das eleições.

Candidatos em Chipre destacam historial de liderança e não problemas
Notícias ao Minuto

19:31 - 03/02/23 por Lusa

Mundo Presidência

As sondagens indicam que nenhum dos três, todos eles próximos do Presidente cessante, Nicos Anastasiades, obterá mais de metade dos votos -- o resultado necessário para uma vitória à primeira volta no escrutínio de domingo.

Os dois candidatos a disputar a segunda volta das presidenciais cipriotas fá-lo-ão provavelmente uma semana depois, no país com 561.000 eleitores registados.

Averof Neophytou, de 61 anos, que assumiu a liderança do partido Aliança Democrática a seguir a Anastasiades, apostou em apresentar-se na campanha eleitoral como a "escolha segura", retratando-se como alguém com mão firme e muita experiência que consegue que as coisas sejam feitas.

"Também me apercebi de que aqueles que se comprometem a fazer grandes mudanças só conseguirão trazer o caos", declarou Neophytou aos seus apoiantes no seu último comício, na quinta-feira, acrescentando: "Não estamos em altura para experiências ou erros".

O diplomata de carreira Andreas Mavroyiannis, que liderou a equipa negocial de Anastasiades nas conversações de paz com os separatistas cipriotas turcos, dirigiu o seu discurso para os eleitores que podem estar descontentes após uma década de liderança do chefe de Estado cessante.

O partido de origens comunistas AKEL apoia a candidatura de Mavroyiannis.

"Nestas eleições, há três candidatos principais, mas apenas duas opções -- a continuidade deste Governo ou a mudança progressiva", disse Mavroyannis aos seus apoiantes, acrescentando: "A mudança está nas vossas mãos".

Nikos Christodoulides, de 49 anos, ex-porta-voz do Governo e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, candidata-se como independente e, ao longo da campanha de um mês, tem insistido na mensagem de que será o Presidente de todos os cipriotas, independentemente das respetivas ideologias ou afiliações partidárias.

"Tenho a experiência e o conhecimento, tenho os contactos e, acima de tudo, tenho o objetivo de ver o meu país livre e reunificado", declarou, na sua última ação de campanha, referindo-se ao facto de parte do território de Chipre ter sido ocupado pela Turquia, que aí proclamou a República Turca de Chipre do Norte, apenas internacionalmente reconhecida pela Turquia e que a maioria da comunidade internacional considera o Estado ocupante de parte do território de um Estado-membro da União Europeia (UE).

As sondagens colocam consistentemente Christodoulides na liderança, com Mavroyiannis e Neophytou lutando pela segunda posição, que lhes permitirá disputar a segunda volta do escrutínio.

Os eleitores esperam que o novo Presidente da República atue rapidamente para consolidar uma economia abalada pela guerra da Rússia na Ucrânia, que fez com que a elevada inflação se traduzisse numa acentuada redução dos salários líquidos dos cipriotas.

A migração também tem sido um tema polémico, devido ao contínuo afluxo de migrantes, que fez de Chipre um dos principais países da UE em matéria de pedidos de asilo 'per capita'.

Explorar os depósitos de gás natural ao largo da costa cipriota numa época de crise energética é outra das prioridades de Christodoulides, tal como regressar à mesa de negociações com os cipriotas turcos para solucionar a divisão territorial étnica ocorrida na ilha em 1974, quando a Turquia invadiu a parte norte do território, na sequência de um golpe de Estado por parte dos partidários de uma união com a Grécia.

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