TPI lamenta "ocasião sombria" que levou a mandado de captura contra Putin
O tribunal acusou oficialmente o presidente russo de ordenar a deportação ilegal de crianças ucranianas para solo russo, durante a invasão no país.
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Mundo TPI
O procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, procurou resfriar os ânimos relativamente à notícia do mandado de captura contra Vladimir Putin, deixando claro, esta segunda-feira, que está é uma "ocasião sombria" para a justiça internacional, e não é altura para "triunfalismo".
Numa conferência com vários ministros da justiça internacionais, em Londres, Khan aproveitou a atenção em torno do TPI para pedir mais fundos para o tribunal, baseado em Haia, nos Países Baixos, de modo a investigar melhor os crimes de guerra alegadamente cometidos pelas tropas russas.
"Esta é realmente uma ocasião muito triste e muito sombria que, pela primeira vez, os juízes do TPI. de qualquer tribunal, sentiram que era necessário emitir mandados de detenção contra um líder e oficiais estatais de um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU", disse Khan, citado pelo The Guardian.
Na base da acusação do TPI está a alegada deportação forçada de crianças ucranianas para a Rússia, uma acusação que já tinha vindo a ser repetida pelas autoridades ucranianas.
O procurador do TPI apelou que sejam "repatriadas as crianças, devolvidas e reunidas", vincando que "se houve alguma réstia de verdade" por parte das forças russas, estas devem trabalhar "para o bem das crianças" e "retorná-las aos países da sua nacionalidade, em vez de lhes dar passaportes estrangeiros".
Na sexta-feira, o TPI anunciou a decisão histórica de emitir mandados de captura contra Vladimir Putin e também a comissária russa para os direitos das crianças, Maria Alekseyevna Lvova-Belova.
A iniciativa não deverá ter consequências imediatas, apesar dos elogios por parte da comunidade internacional no Ocidente e de organizações não-governamentais, já que o Kremlin não reconhece autoridade ao órgão.
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