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Comerciantes preocupados por baixas vendas na Venezuela

O setor comercial venezuelano está a registar baixas vendas de produtos e serviços, inclusive inferiores ao ano passado, uma situação que está a causar preocupação nos comerciantes.

Comerciantes preocupados por baixas vendas na Venezuela
Notícias ao Minuto

23:55 - 23/05/23 por Lusa

Mundo Setor

O alerta foi dado aos jornalistas por Tiziana Polesel, presidente do Conselho Nacional de Comércio e Serviços da Venezuela (Consecomércio).

"A forte contração começou em dezembro, em que as vendas foram inferiores em termos de unidades às do ano anterior. Janeiro foi realmente preocupante porque foi cerca de 35% inferior à do ano passado. A verdade é que continuamos em negativo", disse à Unión Rádio.

Isso, disse, "gera muita preocupação no setor" porque no início de 2022 houve alguma melhoria, e "muitos comerciantes investiram seus próprios recursos para comprar inventário", que "não se moveu como esperado".

Segundo a presidente de Consecomércio, em datas importantes como o Carnaval, a Páscoa, o Dia da Mãe, tampouco se registou uma retoma nas vendas por vários motivos, entre eles a inflação, o valor cambial e os (baixos) rendimentos.

Por outro lado, a falta de combustível e as falhas elétricas "estão agravando consideravelmente as coisas", assim como o tema impositivo fiscal.

No entanto, no interior do país, disse, "a situação é mais crítica", em estados como Táchira, Mérida, Trijullo e Zúlia, onde as pessoas têm que fazem longas filas por combustível e a eletricidade falha, causando desesperação nas pessoas, dificuldades aos trabalhadores para chegar ao trabalho e "os estabelecimentos comerciais perdem mercadorias por essas razões".

Segundo Tiziana Polesel, em Maracaibo, no estado de Zúlia, muitos lares têm os aparelhos de ar condicionado avariados e "as altas temperaturas fazem da eletricidade uma questão de Direitos Humanos".

"É difícil trabalhar, operar, e quem consegue o faz a custos mais elevados", frisou.

A presidente de Consecomércio sublinhou ainda que além destas situações os comerciantes têm que enfrentar ainda "aumentos frequentes nas taxas e impostos".

Por outro lado, explicou que há comércios que estão encerrando as portas e que entre os mais afetados estão as lojas de ferragem, "um setor estreitamente vinculado à construção".

"É preocupante porque (a construção) é o setor que gera mais empregos e move o comércio em maior dimensão", disse.

Tiziana Polesel precisou que tradicionalmente as vendas são baixas nos primeiros meses do ano, mas "esta vez foram dramaticamente mais baixas e praticamente em todos os setores".

Também que os comerciantes estão a ser afetados pela informalidade na venda de produtos e serviços.

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