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Qatargate. Seis buscas dirigidas a eurodeputada belga e comitiva

Seis buscas foram realizadas quarta-feira em Bruxelas visando a eurodeputada belga Marie Arena e pessoas da sua comitiva, como parte da chamada investigação anticorrupção "Qatargate", disse o gabinete do procurador federal belga.

Qatargate. Seis buscas dirigidas a eurodeputada belga e comitiva
Notícias ao Minuto

06:38 - 20/07/23 por Lusa

Mundo Qatargate

Além da "casa da dona Arena", foram visitados outros cinco locais, "locais direta ou indiretamente ligados à sua família", sublinhou a procuradoria em nota sem maiores detalhes.

"Foram apreendidos documentos e equipamentos informáticos que vão ser analisados", acrescentou, precisando que as buscas não resultaram em nenhuma prisão.

O nome de Marie Arena, próxima do ex-deputado italiano Pier Antonio Panzeri - uma das figuras centrais no dossiê com a eurodeputada grega Eva Kaili -, foi citado quando o escândalo estourou em dezembro de 2022.

Esta belga francófona de 56 anos, beneficia ainda, porém, de imunidade como deputada eleita do Parlamento Europeu, ao contrário de outros eurodeputados inquiridos no processo, entre os quais o seu compatriota Marc Tarabella e o italiano Andrea Cozzolino, também socialistas.

Em junho, o juiz de instrução encarregado do caso Michel Claise anunciou que estava a retirar-se da investigação devido ao risco de conflito de interesses com a família Arena.

O juiz descobriu que o seu filho mais velho está associado a uma empresa de marketing de CBD (cannabis medicinal) com o filho de Marie Arena, informação confirmada à AFP por fonte "familiarizada" com o assunto.

Uma revelação que resultou na prisão de vários acusados, que se mostraram surpreendidos por Marie Arena não ter sido ainda preocupada pelo juiz Michel Claise, cuja investigação foi agora assumida por um juiz de instrução de Bruxelas.

Em 09 de dezembro de 2022, durante buscas em Bruxelas nas residências de Antonio Panzeri e de Eva Kaili, a polícia belga apreendeu cerca de 1,5 milhão de euros em pequenas denominações distribuídas em malas ou sacos.

Os investigadores suspeitam que os pagamentos em dinheiro foram feitos pelo Catar e Marrocos em troca de decisões políticas ou posições favoráveis do Parlamento Europeu, o que Doha e Rabat negaram veementemente.

Antonio Panzeri, ex-deputado (2004-2019) que se tornou líder de ONG em Bruxelas, negociou uma sentença de prisão reduzida em troca de declarações sobre os participantes da fraude, tendo feito acusações contra Marc Tarabella, e insistido em exonerar Marie Arena.

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