No balanço anterior, divulgado no domingo, as autoridades paquistanesas davam conta de 44 mortos.

De acordo com a polícia local, a explosão aconteceu durante uma reunião de apoiantes do partido Jamiat Ulema-e-Islam (JUI-F), do clérigo e líder político Maulana Fazal ur Rehman, que decorria nos arredores de Khar, capital do distrito de Bajur, perto da fronteira com o Afeganistão.

O ataque, que também provocou cerca de 200 feridos, ainda não foi reivindicado.

A União Europeia (UE) reagiu ao sucedido e condenou hoje o que classificou como "uma tentativa de enfraquecer a democracia e incutir o terror" no Paquistão.

"Condenamos este abominável ato de violência", declarou a porta-voz da Comissão Europeia, Nabila Massrali.

A polícia declarou que a investigação preliminar sugere que um braço regional do grupo Estado Islâmico (EI) possa ser o responsável pelo atentado suicida.

O clérigo Maulana Fazal ur Rehman, líder político do JUI-F, não esteve presente no comício de domingo.

O líder do JUI-F, considerado um político de linha dura e que apoia o Governo talibã do Afeganistão, escapou de pelo menos dois ataques bombistas em 2011 e 2014, quando engenhos explosivos atingiram o seu carro também em comícios.

Maulana Ziaullah, o chefe local do partido de Rehman, está entre os mortos. O senador Abdur Rasheed e o ex-legislador Maulana Jamaluddin também estavam no palco do comício, mas escaparam ilesos.

Algumas vítimas do atentado foram hoje enterradas em Bajur.

Dezenas de pessoas com ferimentos leves receberam alta hospitalar, enquanto os que ficaram gravemente feridos foram levados para a capital da província de Peshawar por helicópteros do exército.

Na segunda-feira, a polícia registou depoimentos de alguns dos feridos no hospital de Khar, a maior cidade de Bajur.

Feroz Jamal, o ministro da informação da província, disse que a polícia estava "a investigar este ataque em todos os aspetos".

Pelo menos 1.000 pessoas estavam reunidas sob uma grande tenda para assistir o comício, que visava reunir apoio ao partido JUI-F nas eleições parlamentares do país, previstas para outubro ou novembro.

Grupos islâmicos há muito que estão presentes em Bajur. O distrito era anteriormente uma base da Al-Qaida e um reduto dos talibãs paquistaneses, conhecidos pela designação Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP).

O braço regional do EI, conhecida como Estado Islâmico da Província de Khorosan (EI-K), está sediado na província vizinha de Nangarhar, no Afeganistão, e é rival dos talibãs afegãos e da Al-Qaida.

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