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Comandantes das Forças Armadas dos EUA e China reuniram-se nas Fiji

Altos comandantes dos exércitos dos Estados Unidos e da China reuniram nas Fiji, em agosto, confirmaram hoje ambos os países, no primeiro sinal de aproximação na área da Defesa entre as duas potências nos últimos meses.

Comandantes das Forças Armadas dos EUA e China reuniram-se nas Fiji
Notícias ao Minuto

10:11 - 01/09/23 por Lusa

Mundo Exército

"Quero destacar que o comandante encarregado dos EUA para o Indo-Pacífico, John Aquilino, reuniu recentemente com responsáveis da República Popular da China na Conferência dos Chefes de Defesa nas Fiji, em meados de agosto", revelou o porta-voz do Pentágono, o general Patrick Ryder, em conferência de imprensa.

O coronel Wu Qian, porta-voz do ministério da Defesa da China, confirmou, em comunicado, que o chefe do Estado-Maior da Comissão Militar Central da China, Xu Qiling, reuniu com representantes do Exército dos EUA.

Chefiada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, a Comissão Militar Central é o braço político das Forças Armadas chinesas.

Tratou-se do primeiro contacto presencial bilateral de alto nível este ano, segundo Wu Qian.

"O intercâmbio militar entre China e Estados Unidos não está suspenso. Ambos os lados mantiveram uma comunicação aberta e eficaz através dos seus canais militares e diplomáticos", acrescentou Wu. "No entanto, existem muitas dificuldades e obstáculos na relação", admitiu.

A reunião é um dos primeiros sinais de otimismo nas relações entre ambos os Exércitos.

Pequim interrompeu o diálogo com Washington sobre questões militares, comerciais ou climáticas, em agosto de 2022, em retaliação contra a visita a Taiwan da então presidente da Câmara dos Representantes do Congresso dos EUA, Nancy Pelosi. O Partido Comunista reivindica Taiwan como parte do seu território e opõe-se a que governos estrangeiros tenham contacto com as autoridades da ilha.

O abate de um alegado balão de espionagem chinês sobre o território dos EUA, em fevereiro passado, aumentou as tensões e, em junho, a China rejeitou uma reunião no fórum Diálogo Shangri-La, em Singapura, entre os chefes de Defesa dos dois países, Lloyd Austin e Li Shangfu.

A reunião nas Fiji coincide com uma série de visitas à China de altos funcionários dos EUA nos últimos meses, incluindo a Secretária de Comércio, Gina Raimondo, que esteve em Pequim e Xangai, esta semana.

Também a secretária de Estado do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, e o enviado da Casa Branca para o clima, John Kerry, visitaram a China, em julho passado.

O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, visitou Pequim no mês anterior, na visita de mais alto nível por um responsável norte-americano desde 2018.

O encontro nas Fiji tem também relevância devido à disputa por influência que a China e os EUA estão a travar no Pacífico Sul, especialmente desde 2022, quando Pequim assinou um pacto de segurança com as Ilhas Salomão.

A Fiji está em processo de reavaliar os seus laços de segurança com a China, assinados em 2011 pelo governo anterior. Em junho passado, o país assinou um acordo bilateral de Defesa com a Nova Zelândia, aliado dos EUA na região.

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