Kremlin critica Arménia por ratificar adesão ao TPI
O Kremlin considerou hoje um erro a decisão da Arménia, aliada histórica de Moscovo, de ratificar a adesão ao Tribunal Penal Internacional (TPI), organismo que emitiu um mandado de detenção contra o Presidente russo, Vladimir Putin.
© Reuters
Mundo Kremlin
"Duvidamos que a adesão da Arménia ao Estatuto de Roma seja correta do ponto de vista das relações bilaterais. Continuamos a acreditar que esta é uma decisão errada", disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, aos jornalistas.
O Parlamento arménio ratificou hoje a adesão ao TPI, após um rápido debate sobre este projeto.
Embora as relações entre Moscovo e Erevan estejam muito tensas nos últimos meses, no contexto da derrota dos separatistas arménios contra o Azerbaijão em Nagorno-Karabakh, Peskov sublinhou que a Arménia não tem "nada melhor" do que a aliança com Moscovo.
A Arménia é membro da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO, na sua sigla em inglês), uma aliança militar liderada pela Rússia que reúne várias antigas Repúblicas soviéticas.
A Rússia é também um importante fornecedor de armas à Arménia e tem uma base militar no país.
Na primavera, o TPI emitiu um mandado de detenção contra o Presidente Vladimir Putin pela "deportação" de crianças ucranianas para a Rússia, decisão que foi rejeitada por Moscovo.
"Consideramos a decisão do TPI em relação ao Presidente Putin ilegal, nula e sem efeito", reafirmou hoje Peskov.
As relações entre a Arménia e a Rússia atravessam um período de tensão, com Erevan a acusar Moscovo de a ter abandonado os arménios de Nagorno-Karabakh durante a operação militar do Azerbaijão, há quase duas semanas, algo que o Kremlin nega.
Nos últimos meses, o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinian, aproximou-se do Ocidente, esperando ajuda, organizando até exercícios militares com os Estados Unidos.
O Governo separatista do Nagorno-Karabakh anunciou na quinta-feira que se vai dissolver e que a república não reconhecida vai deixar de existir até 01 de janeiro de 2024.
O anúncio foi feito depois de o Azerbaijão ter levado a cabo uma ofensiva militar para recuperar o controlo total da região separatista e ter exigido que as tropas arménias em Nagorno-Karabakh depusessem as armas e o governo separatista fosse desmantelado.
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