"Amo-vos a todos". As últimas palavras de um homicida condenado à morte
Michael Zack III foi executado por injeção letal ao final da tarde de ontem, no estado norte-americano da Florida, 27 anos depois de matar duas mulheres.
© Florida Department of Corrections
Mundo Pena de morte
Michael Duane Zack III, condenado à morte pelo homicídio violento de duas mulheres que conheceu em bares no estado norte-americano da Florida, em 1996, foi executado por injeção letal ao final da tarde de terça-feira, 3 de outubro.
De acordo com a CNN internacional, antes de ser executado, Michael, que tinha 54 anos, encontrou-se com a mulher - que conheceu por correspondência depois de já ter sido condenado - e com o conselheiro espiritual. Depois disso, recusou a última refeição que lhe foi oferecida.
Na segunda-feira, viu o Supremo Tribunal negar-lhe o pedido, feito pelos advogados, para passar a prisão perpétua em vez de ser executado.
No documento apresentado na semana passada, os advogados de Michael alegavam que este sofria de uma "deficiência intelectual", resultado da "síndrome alcoólica fetal" de que padecia, assim como de um transtorno de stress pós-traumático, algo que não foi tido em conta na primeira instância.
O tribunal não foi sensível a isso e recusou o recurso, sem proferir mais comentários.
"Gostaria de ter tido uma segunda oportunidade"
Depois da execução, os advogados emitiram um comunicado escrito por Michael.
Na carta, o recluso começa por dizer que há 27 anos, quando cometeu os crimes era um "alcoólatra e viciado em drogas", que tem consciência que magoou muitas pessoas, "não apenas as vítimas e as suas famílias e amigos", como também a sua própria família e amigos. Contudo, arrependeu-se.
"Acordei todos os dias desde então cheio de remorsos e com o desejo de fazer com que meu tempo aqui na terra significa-se algo mais do que a pior coisa que já fiz", lê-se no documento, onde garante que quando chegou ao corredor da morte, substituiu as drogas e o álcool por "felicidade e relacionamentos positivos".
Michael agradece a todos os que dedicaram o seu tempo para lhe ensinar a ler e a escrever, uma vez que eles mudaram a sua vida. "John, Susan, Maria, Anna e David obrigada pelo amor incondicional que me deram todos estes anos. Foi os vossos ensinamentos que me levaram à minha amada esposa e alma gémea, Ann-Kristin, a quem vou amar para toda a eternidade".
No mesmo comunicado, Michael admite que "gostaria de ter tido uma segunda oportunidade" para continuar a viver e a fazer a "diferença" no mundo, a partir da prisão. Por isso, aos "irmãos" do corredor da morte, pede que estes se continuem a ajudar e a dar "esperança e paz uns aos outros", assim como o "amor e aceitação" que lhe deram a ele.
Por fim, diz que perdoa o governador da Florida Ron DeSantis e o Conselho de Clemência pela sua execução e que vai rezar por todos eles. "Amo-vos a todos", conclui na longa carta publicada 'post-mortem'.
Homicídios cometidos com muita violência
Em 1997, Zack foi condenado à morte pelo assassinato de Ravonne Smith em junho de 1996, que esfaqueou até à morte com uma faca de ostras. Posteriormente, foi também condenado a prisão perpétua pelo assassinato violento de Laura Rosillo, que conheceu também num bar antes de matar.
A execução de Michael foi a oitava sob a responsabilidade do governador Ron DeSantis, desde 2019, e a sexta só este ano, depois de nenhum recluso ter sido executado entre 2020 e 2022.
Desde que tomou posse, Ron DeSantis endureceu as leis relacionadas com a pena de morte na Florida, o que tem gerado uma onda de críticas.
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