Estrada entre norte e sul da Faixa de Gaza é "um campo de batalha"
O Exército israelita descreveu hoje como "um campo de batalha" a estrada que liga o norte e o sul da Faixa de Gaza, após o reatamento da sua ofensiva contra o Hamas, adiantando que serão abertas rotas para civis.
© Reuters
Mundo Exército
Avichai Adrai, porta-voz do Exército israelita para os media árabes, afirmou numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter) que "os combates e os avanços militares das Forças de Defesa de Israel não permitem o movimento de civis através da estrada Saladino a norte e leste de Khan Younis".
"Nestes setores, a estrada de Saladino é um campo de batalha, por isso é muito perigoso ir até lá", alertou, antes de defender que o Exército "age com firmeza contra o Hamas e as organizações terroristas na Faixa de Gaza, especialmente na zona de Khan Yunis".
Adrai sublinhou que o Exército "permitirá a movimentação humanitária de civis através de uma circunvalação a oeste de Khan Yunis".
Israel anunciou na tarde de domingo uma ofensiva terrestre no sul da Faixa de Gaza, após semanas de operações focadas no norte e centro do território, apesar de bombardeamentos terem ocorrido desde 07 de outubro em todo o território.
As autoridades da Faixa de Gaza, controladas pelo movimento islamita palestiniano Hamas desde 2007, aumentaram hoje o número de mortos na ofensiva israelita para quase 15.900, enquanto mais de 250 palestinianos morreram às mãos das forças de Telavive ou em ataques levados a cabo por colonos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental desde 07 de outubro.
Durante a primeira fase da ofensiva, Israel ordenou à população palestiniana que abandonasse o norte da Faixa e se dirigisse para sul, argumentando que seria mais seguro, embora também tenha realizado centenas de bombardeamentos nesta região, desencadeando diversas condenações internacionais.
As Nações Unidas sublinharam em diversas ocasiões que "não existem zonas seguras" na Faixa de Gaza e criticaram Israel por estas ordens de evacuação - num processo para o qual foram abertas rotas que foram atacadas em várias ocasiões -, uma vez que não há garantias de segurança ou de retorno para os deslocados, que totalizam cerca de 1,9 milhões de palestinianos, segundo os dados mais recentes da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos no Médio Oriente (UNRWA).
A guerra em curso no Médio Oriente começou em 07 de outubro, após um ataque do braço armado do Hamas, que incluiu o lançamento de milhares de 'rockets' para Israel e a infiltração de cerca de 3.000 combatentes que mataram mais de 1.200 pessoas, na maioria civis, e sequestraram outras 240 em aldeias israelitas próximas da Faixa de Gaza.
Em retaliação, as Forças de Defesa de Israel dirigiram uma implacável ofensiva por ar, terra e mar àquele enclave palestiniano, que enfrenta uma grave crise humanitária perante o colapso de hospitais e a ausência de abrigos, água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.
As partes cessaram as hostilidades durante uma semana no âmbito de uma trégua mediada por Qatar, Egito e Estados Unidos, mas os confrontos regressaram na sexta-feira após falta de entendimento para prorrogar o acordo.
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