Uganda. Ativista dos direitos LGBT em estado crítico após ataque com faca
A homossexualidade é ilegal no país, pelo que os "atos homossexuais" são punidos com prisão perpétua.
© X/ Steven Kabuye
Mundo Uganda
Um ativista dos direitos LGBT no Uganda foi esfaqueado, na quarta-feira e está hospitalizado em estado crítico.
Num vídeo partilhado nas redes sociais - que não divulgamos devido à violência das imagens vê-se Steven Kabuye deitado no chão com um corte profundo e longo no braço direito e com uma faca na barriga.
O porta-voz da polícia, Patrick Onyango, disse que populares encontraram Kabuye após o ataque e que o ativista estava em estado crítico, avança a Associated Press (AP).
Os atacantes tentaram ainda desferir um golpe no pescoço do ativista, mas ele "conseguiu proteger o pescoço com o braço direito, o que resultou numa facada na mão", disse Onyango, acrescentando que "apesar de ter tentado fugir, os agressores perseguiram-no e esfaquearam-no no estômago", na tentativa de o matar.
Já esta quinta-feira, Steven Kabuye fez uma partilha na rede social X (antigo Twitter), mostrando-se numa cama de hospital. "A violência não é força e a compaixão não é uma fraqueza", escreveu na legenda da imagem.
Violence is not strength, and compassion is not a weakness. #Justice4Steven#RepealAHA23#Standup4HumanRights pic.twitter.com/ZRGkrnYlY0
— Steven Kabuye (@SteveKabuye5) January 4, 2024
Os ativistas ugandeses receiam que a nova lei anti-homossexualidade, promulgada em maio do ano passado, possa aumentar os ataques contra a comunidade gay.
De recordar que no país, onde a homossexualidade é ilegal, os "atos homossexuais" são punidos com prisão perpétua. Esta pena existe desde uma lei que remonta à colonização britânica.
Foi também aprovada uma disposição que torna a "homossexualidade agravada" um crime capital, o que significa que os reincidentes podem ser condenados à morte. A pena de morte foi incluída na legislação ugandesa e há anos que não é aplicada.
Uma disposição sobre a "promoção" da homossexualidade também preocupa as organizações de defesa dos direitos da comunidade LGBTQ+ (sigla para lésbicas, 'gays', bissexuais, transgénero, 'queer' e outros).
De acordo com o texto, qualquer pessoa - indivíduo ou organização - que "promova conscientemente a homossexualidade" pode ser condenada a uma pena de prisão até 20 anos. Se se tratar de uma organização, a pena é de 10 anos de proibição.
No que diz respeito ao "dever de denunciar atos de homossexualidade", que implica uma pena de cinco anos de prisão, está agora limitada às suspeitas de crimes sexuais contra crianças e pessoas vulneráveis.
Leia Também: Uganda reitera que não vai revogar legislação anti-homossexualidade
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