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Um ano após o sismo na Turquia, muitos ainda procuram entes queridos

De acordo com a Associação de Solidariedade com as Vítimas do Terremoto e Parentes dos Desaparecidos (DEMAK), o paradeiro de 140 pessoas, incluindo 38 crianças, ainda é desconhecido. Destas, 118 terão desaparecido em Hatay, a região mais afetada.

Um ano após o sismo na Turquia, muitos ainda procuram entes queridos
Notícias ao Minuto

10:32 - 06/02/24 por Notícias ao Minuto

Mundo Turquia

Na manhã do dia 6 de fevereiro de 2023, Tugba Akyuz e a família correram para o apartamento do seu irmão, Mustafa Batuhan Gulec, onde encontraram apenas ruínas. Ao fim de um ano do sismo devastador de magnitude 7,8 que atingiu o sudeste da Turquia e a vizinha Síria, a família ainda o procura.

“Se estivesse vivo, ele encontrar-nos-ia. Todos têm um local onde ir no dia 6 de fevereiro. Nós não. Queremos pelo menos saber onde ele está”, confessou Tugba à agência Reuters.

Um ano depois do desastre natural que matou quase 60 mil pessoas na Turquia e na Síria, as famílias com entes queridos desaparecidos continuam a fazer pressão sob as autoridades e agonizar sobre o que lhes poderá ter acontecido.

É que, de acordo com a Associação de Solidariedade com as Vítimas do Terremoto e Parentes dos Desaparecidos (DEMAK), o paradeiro de 140 pessoas, incluindo 38 crianças, ainda é desconhecido. Destas, 118 terão desaparecido em Hatay, a região mais afetada.

Tugba, que estava grávida de oito meses na altura do desastre, recordou o choque de ver os escombros do prédio do irmão. Acompanhada pela mãe, pelo marido e pelos dois filhos, a mulher procurou o irmão debaixo de chapas de metal que tinham caído, mas a busca não surtiu frutos.

A família acompanhou as operações de busca durante oito dias, sem sucesso. Tugba, que é advogada, virou-se depois para os tribunais, para o cemitério e para os registos hospitalares, tendo dado o irmão como desaparecido.

Depois de ter colocado fotografias nas redes sociais, a mulher recebeu uma chamada a dar conta de que o irmão terá sido retirado do edifício vizinho e colocado num veículo branco.

Ainda que a informação tenha reacendido as esperanças de que Mustafa pudesse estar vivo, Tugba acredita que o irmão terá sido enterrado numa cova não identificada.

Aysun Celenk tem uma história semelhante. A mulher de 65 anos aguardou incessantemente para que a irmã, Berna, e o cunhado, Kemal Torun, emergissem dos escombros. Ao sexto dia, uma retroescavadora começou a busca por corpos, mas nem Berna, nem Kemal foram encontrados.

“Havia um mercado debaixo do prédio. Os geradores explodiram e provocaram um incêndio. Talvez tenham derretido no fogo”, equacionou a mulher.

Aysun visita o local pelo menos três vezes por semana.

“A minha irmã era tudo para mim. Esqueçam os ossos, estou à procura dos dentes dela”, admitiu.

Leia Também: Sismo de 6 de fevereiro 2023 fez quase 60 mil mortos na Turquia e Síria

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