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Início de legislatura na Sérvia com protestos contra fraude eleitoral
A Assembleia Nacional da Sérvia realizou hoje uma sessão inaugural tensa, enquanto os nacionalistas no poder ignoravam relatos generalizados de que as eleições legislativas e municipais de Dezembro foram fraudulentas.
© Getty Images
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No início da sessão, os deputados da oposição reuniram-se à volta do lugar do presidente da Câmara, assobiando, vaiando e segurando cartazes que diziam "Vocês roubaram as eleições", enquanto outros mostravam fotos do Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, com a legenda "o chefe da máfia".
Por seu lado, os apoiantes do Partido Progressista, que apoia o Governo, exibiam uma grande faixa denunciando a atitude da oposição, cujos deputados se recusaram a prestar o juramento protocolar.
"Penso que os cidadãos puderam ver que este não é um Parlamento normal, nem foi construído com base na vontade dos cidadãos da Sérvia, mas sim no roubo de eleições", disse o deputado da oposição Borko Stefanovic.
O presidente do Partido Progressista, Milos Vucevic, acusou a oposição de encenar "um espetáculo", revelando a sua falta de patriotismo.
O Partido Progressista venceu as eleições obtendo 129 deputados na Assembleia Nacional, com 250 lugares, nas eleições de 17 de dezembro.
A coligação de oposição Sérvia Contra a Violência ficou num distante segundo lugar, com 65 deputados.
Um grupo de observadores do processo eleitoral, composto por representantes de organismos internacionais de defesa dos direitos cívicos, revelou num relatório preliminar emitido após as eleições legislativas e municipais que estas foram "marcadas por uma retórica dura, preconceito nos meios de comunicação social, pressão sobre os funcionários do setor público e utilização indevida de recursos públicos".
As irregularidades mais graves denunciadas pelo relatório -- que foi enviado para várias instituições internacionais, incluindo o Parlamento Europeu - incluíam alegados casos de compra de votos e enchimento ilícito de urnas.
O Parlamento Europeu deverá emitir, na quinta-feira, uma declaração sobre o processo eleitoral de dezembro na Sérvia.
Vucic, que está no poder desde 2012, rejeitou as críticas da oposição de que o Governo por si apoiado restringe as liberdades democráticas, ao mesmo tempo que permite que a corrupção e o crime organizado se espalhem desenfreadamente.
Sob a liderança de Vucic, a Sérvia tornou-se candidata à adesão à União Europeia (UE), mas a oposição acusa Bruxelas de fechar os olhos às deficiências democráticas do país em troca de estabilidade na região dos Balcãs, ainda sob clima de conflito após as guerras da década de 1990.
A Sérvia Contra a Violência, uma coligação de partidos pró integração europeia, inclui movimentos políticos que apoiaram recorrentes manifestações de protestos de rua, ao longo do final do ano passado.
Veja as imagens na galeria acima.
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