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Laureados com Nobel pedem libertação dos presos políticos na Bielorrússia

Vinte e sete laureados com o Nobel exigiram a libertação de todos os presos políticos na Bielorrússia, incluindo Ales Bialiatski, vencedor do Prémio Nobel da Paz de 2022, foi hoje divulgado.

Laureados com Nobel pedem libertação dos presos políticos na Bielorrússia
Notícias ao Minuto

16:51 - 21/03/24 por Lusa

Mundo Nobel

Os prémios Nobel afirmaram que a situação na Bielorrússia é uma "catástrofe humanitária" e apelaram ao fim imediato da repressão política no país de 9,5 milhões de habitantes, que está isolado na Europa mas é um aliado próximo da vizinha Rússia.

"Nos últimos quatro anos, mais de 50.000 pessoas foram sujeitas a repressão política na Bielorrússia, centenas de milhares de cidadãos foram obrigados a abandonar o país e milhares de pessoas foram torturadas", lê-se na carta aberta assinada pelos laureados e publicada 'online'.

Entre eles contam-se jornalistas, académicos, médicos, músicos, estudantes e defensores dos direitos humanos.

Bialiatski, 61 anos, foi preso após uma onda sem precedentes de manifestações em massa contra o resultado contestado de uma eleição presidencial em 2020.

Em 2022, enquanto estava detido a aguardar julgamento, foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz. No ano seguinte, foi condenado a 10 anos de prisão por financiamento de ações que, segundo o regime de Minsk, violam a ordem pública e por contrabando.

A sua mulher, Natalia Pinchuk, disse à agência norte-americana Associated Press (AP) que Bialiatski está em confinamento solitário há mais de seis meses em condições que descreveu como "tortura".

A carta hoje conhecida foi assinada por quatro laureados com o Prémio Nobel da Paz, incluindo Dmitry Muratov, da Rússia, e Alexandra Matviichuk, da Ucrânia. Foi também subscrita por laureados com o Prémio Nobel da Literatura, incluindo a bielorrussa Svetlana Alexievich, bem como por 19 outros laureados com prémios nas áreas da Física, Química, Medicina e Economia.

"Nas últimas décadas, a Europa não assistiu a uma catástrofe humanitária relacionada com a repressão política numa escala per capita tão elevada como na Bielorrússia", afirmou o ativista Dmitry Bolkunets, exilado na Polónia.

Atualmente, há 1.411 presos políticos atrás das grades na Bielorrússia, segundo o grupo de defesa dos direitos humanos Viasna.

As famílias dos presos e os grupos de defesa dos direitos humanos afirmam que estes são mantidos em condições semelhantes à tortura e privados de cuidados médicos.

As autoridades bielorrussas foram acusadas de manter os líderes da oposição em completo isolamento e de os privar da comunicação com os seus advogados e familiares.

A líder da oposição bielorrussa no exílio, Svetlana Tikhanovskaya, disse à AP que não tem notícias do seu marido, Siarhei Tsikhanouski, que se encontra preso, há mais de um ano, o que, segundo ela, constitui uma forma de tortura para ambos.

Há mais de um ano que também não há qualquer informação sobre os ativistas da oposição Viktar Babaryka, Maria Kolesnikova, Maxim Znak e Mikola Statkevich.

Os ativistas dos direitos humanos relatam quase diariamente a detenção de ativistas, jornalistas e advogados, bem como a ocorrência de rusgas policiais no interior da Bielorrússia.

Na missiva, os laureados com o Prémio Nobel apelam aos governos da União Europeia (UE) para que tomem medidas imediatas para pressionar o Governo liderado pelo Presidente Alexander Lukashenko a pôr termo à "repressão brutal" na Bielorrússia e a libertar todos os presos políticos.

Os subscritores apelam ainda à Polónia, o maior vizinho ocidental da Bielorrússia, para que exerça a sua influência, suspendendo o transporte ferroviário de mercadorias da Bielorrússia para a UE, incluindo os carregamentos em trânsito provenientes da Rússia e da China.

"Os interesses comerciais dos países europeus não podem sobrepor-se às questões da sua segurança nacional e ao seu dever de salvar pessoas inocentes que estão a ser vitimadas na Bielorrússia", conclui a carta.

Leia Também: ONU insta Bielorrússia a fim de perseguição de opositores políticos

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