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Conferência de partido de esquerda radical sobre Palestina proibida em França

Uma conferência sobre a Palestina do líder da esquerda radical francesa Jean-Luc Mélenchon, prevista para hoje no norte de França, foi proibida pelas autoridades, que invocaram o risco de "perturbação da ordem pública".

Conferência de partido de esquerda radical sobre Palestina proibida em França
Notícias ao Minuto

18:42 - 18/04/24 por Lusa

Mundo Palestina

De acordo com a Préfecture du Nord, "os apelos à mobilização lançados por várias organizações" durante a conferência na cidade de Lille poderiam levar a "ajuntamentos, multidões e confrontos na via pública, num clima de tensões geopolíticas acrescidas".

O departamento recordou que as forças de segurança estão fortemente mobilizadas na quinta-feira para o jogo Lille-Aston Villa para a Liga Europa e para uma comemoração na sinagoga de Lille, tudo isto quando a ameaça terrorista levou a que o sistema de alerta antiterrorista Vigipirate fosse elevado ao nível máximo no final de março.

A conferência do partido França Insubmissa (LFI, coligação de partidos de esquerda e extrema-esquerda), com a participação da ativista franco-palestiniana Rima Hassan, sétima na lista do LFI para as eleições europeias, seria realizada inicialmente na Universidade de Lille, mas a instituição cancelou-a na quarta-feira, receando que o aumento das tensões internacionais não permitisse garantir "a serenidade dos debates".

"Em plena campanha eleitoral, a decisão de cancelar um evento público em que deveriam participar membros da oposição política constitui um precedente extremamente grave para a nossa democracia", reagiu a LFI em comunicado.

Por essa razão, o partido fundado por Jean-Luc Mélenchon tinha anunciado na quarta-feira que o debate se realizaria noutro local.

"É um abuso de poder que faz lembrar uma república das bananas", declarou Mélenchon a propósito do cancelamento da reunião.

Vários representantes eleitos, entre estes da maioria presidencial, da oposição de direita e da extrema-direita, pediram a proibição da conferência.

Em causa estava o cartaz do encontro que mostrava um território que englobava Israel, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, no qual estava afixado "Palestina Livre" ("Libre Palestine", em francês), o nome da associação de estudantes, criada em 2013, responsável pela organização da conferência.

Alguns consideraram que se tratava de uma forma de "negar a existência do Estado de Israel", o que a associação refutou.

"Penso que proibir uma conferência em nome deste pequeno logótipo é realmente um debate ridículo", afirmou Rima Hassan.

A LFI, que fez da condenação das operações israelitas em Gaza um ponto fulcral da sua campanha para as eleições europeias, denunciou "a instrumentalização desta conferência por apoiantes incondicionais do governo de (Benjamin) Netanyahu", primeiro-ministro de Israel.

A proibição desta conferência ocorre semanas antes das eleições europeias, que acontecem entre 06 e 09 de junho, em que o partido de extrema-direita União Nacional (RN, sigla em francês), atualmente liderado por Jordan Bardella, está à frente nas sondagens.

A LFI terá como adversária, na questão de apoio à Palestina, uma coligação de vários partidos europeus que apoia o movimento "Palestina Livre" - a União dos Democratas Muçulmanos Franceses (UDMF), de Nagib Azergui, que espera apresentar a sua lista no início de maio.

Azergui referiu ainda que, embora a LFI também dê ênfase na sua campanha à situação em Gaza, a UDMF quer "trabalhar de forma diferente", e não fazer apenas "grandes declarações".

Após mais de seis meses do início do conflito em Gaza, em 07 de outubro de 2023, o primeiro-ministro israelita, prometeu na terça-feira combater "sem piedade" a organização terrorista Hamas, no poder no território desde 2007, juntamente com os Estados Unidos e a UE.

A ofensiva israelita já causou mais de 33.000 mortos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

Leia Também: Israel diz que adesão da Palestina à ONU é "recompensa para o terrorismo"

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