A televisão pública canadiana, CBC, adiantou hoje que os detidos são cidadãos indianos que estiveram no país como estudantes internacionais e faziam parte do grupo que assassinou Hardeep Singh Nijjar, no oeste do Canadá.

O ministro da Segurança Pública do Canadá, Dominic LeBlanc, confirmou as detenções, mas não deu detalhes enquanto a Polícia Montada do Canadá vai realizar hoje uma conferência de imprensa sobre o assunto.

Singh Nijjar era um líder proeminente da comunidade Sikh que foi acusado de terrorismo pelas autoridades indianas por defender a criação no Estado de Punjab de um país independente, o Calistão, para a minoria Sikh.

O líder Sikh foi baleado por um grupo de desconhecidos em junho de 2023, na cidade de Surrey, no oeste do Canadá.

Segundo a CBC, entre os detidos estão os autores dos disparos que mataram Singh Nijjar, bem como outras pessoas que forneceram logística aos assassinos.

O homicídio e a subsequente acusação de Trudeau de que o Governo indiano esteve diretamente relacionado com a morte do líder Sikh, causaram uma grave crise diplomática entre os dois países.

No final de 2023, Nova Deli retirou a imunidade de 41 diplomatas canadianos, forçando a sua saída da Índia, em retaliação às acusações canadianas.

Em fevereiro deste ano, o embaixador indiano no Canadá, Sanjay Kumar Verma, afirmou que Nova Deli não cooperará na investigação da morte de Singh Nijjar até que tenha "informações relevantes".

Verma acrescentou que as autoridades canadianas não mostraram nenhuma prova que associe a Índia ao homicídio de Singh Nijjar.

O Canadá acolhe a maior comunidade sikh do mundo fora da Índia, com 770 mil canadianos a declararem-se sikhs em 2021, o que representa 2% da população do país.

Nas décadas de 1970 e 1980 uma sangrenta rebelião no norte da Índia acabou esmagada pela repressão governamental, com um balanço de milhares de mortos, incluindo proeminentes líderes sikhs.

O movimento pelo Calistão perdeu progressivamente o seu poder político, mas ainda mantém apoiantes no estado indiano do Punjab e entre a diáspora sikh.

Embora a insurreição ativa tenha terminado há anos, o Governo indiano tem avisado repetidamente que os separatistas sikhs estão a tentar protagonizar um regresso.

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