Rússia rejeita acusações de ciberataques contra países da UE
O embaixador da Rússia nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, rejeitou hoje a acusação do Departamento de Estado norte-americano de que a Direcção-Geral de Informações (GRU) do Estado-Maior russo tem responsabilidades nos ciberataques contra aliados europeus de Washington.
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"Consideramos estas declarações como outro exemplo de 'diplomacia de megafone' e uma prova do desejo incondicional de Washington de acusar a Rússia de todos os pecados mortais", expressou Antonov em declarações à comunicação social norte-americana, instando os Estados Unidos a transmitir qualquer suspeita "através dos canais oficiais, apresentando factos e provas concretas".
A este respeito, o embaixador russo asseverou que as autoridades norte-americanas "simplesmente não têm nada a demonstrar para sustentar as suas insinuações", qualificando os comentários do Departamento de Estado de "histórias falsas e instigadoras", que "não farão mais do que intensificar-se à medida que se aproximam as eleições presidenciais, como ocorreu em anos anteriores".
"Os políticos locais sentem-se donos da situação, intensificando a suposta 'ameaça russa' e distraindo a atenção dos eleitores de questões urgentes", opinou o funcionário russo.
"A recusa manifesta a estabelecer um diálogo profissional" prejudica também "a segurança da informação internacional", adiantou o diplomata russo.
A diplomacia norte-americana condenou na sexta-feira a recente campanha de ciberataques na Europa e atribuiu a sua origem à Rússia, tal como já tinham feito os governos alemão e checo.
"Os Estados Unidos condenam veementemente a atividade cibernética maliciosa, realizada pelos serviços de informações militares da Rússia, contra a Alemanha, a República Checa, a Lituânia, a Polónia, a Eslováquia e a Suécia", afirmou em comunicado o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
O ataque foi realizado, segundo o Departamento de Estado, pelo grupo conhecido como APT28, "um conhecido agente perigoso com uma longa história de práticas maliciosas, prejudiciais, desestabilizadoras e perturbadoras".
O Departamento de Estado recorda, em particular, ter aplicado sanções devido às atividades do grupo durante as eleições presidenciais norte-americanas de 2016 ou tendo como alvo a Agência Mundial Antidoping (WADA).
No caso dos ataques cibernéticos na Europa, as autoridades de Washington cooperaram com a Alemanha para bloquear os 'routers' utilizados pelos atacantes, indica ainda o comunicado de imprensa.
Os governos alemão e checo acusaram este grupo de 'hackers' russos controlado por Moscovo de uma recente campanha de ataques cibernéticos nos seus países, um "comportamento malicioso" ao qual a União Europeia prometeu uma resposta firme.
Ainda na sexta-feira, o Governo alemão convocou o encarregado de negócios da embaixada da Rússia em Berlim depois de ter acusado os serviços secretos russos de um ataque informático.
O alegado ataque ocorreu em 2023, e visou membros do Partido Social-Democrata (SPD), do chanceler Olaf Scholz, o principal partido da coligação governamental, segundo as autoridades alemãs.
Também a República Checa acusou Moscovo de visar frequentemente Praga com ataques informáticos orquestrados por um grupo com ligações aos serviços secretos militares russos.
"Certas instituições checas foram alvo de ciberataques que exploraram uma vulnerabilidade desconhecida do Microsoft Outlook a partir de 2023", declarou o ministério em comunicado.
O grupo APT28, também conhecido como Fancy Bear, é acusado de ser responsável por dezenas de ciberataques em todo o mundo.
Em fevereiro, o Ministério do Interior alemão anunciou que as forças de segurança realizaram uma operação contra o APT28, numa iniciativa liderada pela agência de segurança dos Estados Unidos, o FBI.
O grupo de piratas informáticos terá instalado 'malware' ('software' destrutivo) em centenas de postos de acesso à Internet ('routers') em escritórios e residências particulares, criando uma rede que terá sido usada como plataforma global de ciberespionagem.
De acordo com o FBI, os alvos das atividades de espionagem eram governos, militares, agências de segurança e empresas dos Estados Unidos e de outros países.
O APT28 está ativo a nível global desde pelo menos 2004 e o Ministério do Interior alemão considera-o um dos grupos criminosos informáticos mais perigosos do mundo.
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