Ex-militar russo acusado de terrorismo em França
Um ex-militar russo, que também tem nacionalidade ucraniana, foi hoje acusado de terrorismo pelas autoridades francesas, quatro dias após ser detido e ficar ferido ao manusear explosivos num hotel onde estava hospedado, perto de Paris.
© Getty Images
Mundo Paris
Em comunicado, a Procuradoria Nacional Anti-Terrorista (PNAT) francesa informou que os juízes de instrução acusaram o homem de integrar uma associação de terroristas para preparar crimes contra pessoas e posse de explosivos também para fins terroristas.
A PNAT indicou que, de acordo com as primeiras investigações, o acusado, de 26 anos, tinha chegado a França há alguns dias.
As investigações vão continuar para determinar os alvos e outros envolvidos, segundo a mesma fonte.
Após a acusação, o caso foi entregue ao juiz encarregado das liberdades e da detenção, que deverá decidir se o homem deve ser enviado para a prisão.
O homem foi detido devido à necessidade de ser assistido pelos bombeiros, que se deslocaram ao quarto de hotel na cidade de Roissy-en-France porque o ex-militar tinha ficado gravemente ferido quando explodiu o engenho que manuseava.
Foi hospitalizado antes de ser interrogado sob detenção pela Direção-Geral da Segurança Interna (DGSI, serviços secretos).
Fontes próximas da investigação, citadas pela imprensa, indicaram que, para além de diversos materiais destinados ao fabrico de explosivos, foram também apreendidos telemóveis destinados ao fabrico de engenhos.
As análises das várias substâncias que estavam na posse do homem revelaram nitrato de amoníaco, que é utilizado para fabricar bombas caseiras.
De acordo com os elementos divulgados, o homem, nascido no Donbass, região ucraniana atualmente ocupada pela Rússia, adquiriu também a nacionalidade russa e combateu com o exército russo.
A detenção ocorreu na véspera das comemorações organizadas em França pelo 80.º aniversário dos desembarques na Normandia, que culminaram quinta-feira com a presença na praia de Omaha de cerca de 20 chefes de Estado e de governo, incluindo os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Ucrânia, Volodymir Zelensky.
As autoridades francesas denunciaram várias operações de ingerência russa nos últimos meses, em resposta ao crescente apoio de Paris à Ucrânia.
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