Egito reforça segurança nas ruas para conter protestos
As autoridades egípcias reforçaram hoje as medidas de segurança em todo o país, especialmente no Cairo e arredores, perante os rumores de uma onda de manifestações convocada pelas redes sociais para protestar contra a crise económica do país.
© Getty Images
Mundo Egito
Uma fonte de segurança indicou à agência noticiosa espanhola EFE, sob anonimato, ter sido ativado um alerta de segurança às 10h00 locais (08h00 em Lisboa) nas principais ruas e praças da capital egípcia e de outras localidades para evitar possíveis manifestações convocadas sob o nome de "Revolução da Dignidade" por ativistas através das redes sociais.
Segundo a convocatória, as manifestações estavam previstas para começar ao meio-dia, depois das orações de sexta-feira, mas sem hora de encerramento para "esgotar as forças de segurança", embora até agora não tenha sido registada qualquer protesto no Cairo ou em cidades próximas.
Os ativistas afirmaram nas redes sociais que estes protestos são para "salvar a sua terra, liberdade e honra" e não para serem "escravizados".
Nas mensagens, referem, entre outras questões, "a corrupção do regime de [o Presidente egípcio, Abdul Fatah Khalil] al-Sisi, a crise económica, a falta de serviços básicos, os presos políticos e a falta de liberdade de expressão".
A fonte citada pela EFE referiu que, nos últimos dias, foram efetuadas numerosas detenções de ativistas e de pessoas que apelavam a manifestações nas redes sociais, mas não deu pormenores sobre o número de detidos.
A fonte acrescentou que houve um destacamento de polícias à paisana nas paragens de transportes públicos e "várias forças em uniformes civis e militares nas imediações da mesquita Rabaa al-Adawiya", no bairro de Nasr City, no noroeste do Cairo, e noutros locais de culto, onde "verificaram os bilhetes de identidade e até os telemóveis", disse.
As forças de segurança, prosseguiu a fonte, forçaram o encerramento de lojas e cafés no centro da capital, perto da Praça Tahrir e de algumas praças centrais, "com exceção apenas de lojas de produtos alimentares e restaurantes".
Por outro lado, o Ministério do Interior egípcio formou uma sala de "operações especiais", que inclui também as direções dos departamentos governamentais da Segurança Pública e da Segurança Nacional para acompanhar regularmente a situação, em coordenação com o Serviço Geral de Inteligência e a Inteligência Militar.
Segundo a fonte, o Ministério do Interior reforçou a segurança nas instalações e edifícios governamentais e ordenou a intensificação, durante 24 horas, da vigilância na Internet de possíveis perfis envolvidos através de esquadrões eletrónicos.
"O Serviço Nacional de Segurança seguiu todas as contas nas redes sociais que apelam à 'Revolução da Dignidade' desde o início do apelo, e foram preparados relatórios sobre os que estão presentes no Egito ou em países amigos para os prender ou denunciar e suspender as suas contas", indicou a fonte.
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