Exercícios militares Arménia-EUA iniciam-se pelo segundo ano consecutivo
Forças arménias e norte-americanas iniciaram hoje os exercícios militares conjuntos 'Eagle Partner 2024' neste país do Cáucaso, numa ilustração das recentes tensões com a vizinha Rússia e a aproximação de Erevan aos ocidentais.
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Mundo Militares
Na cerimónia de inauguração das manobras estiveram presentes a embaixadora dos Estados Unidos na Arménia, Christina Quinn, e o ministro da Defesa arménio, Suren Papikyan.
Ao dirigir-se às tropas, Papikyan sublinhou a cooperação entre os dois países "destinada a aumenta o nível de interação entre unidades que participam em missões internacionais de manutenção da paz" e indicou que estes exercícios vão permitir "a troca de boas práticas" e reforçar a "preparação" de unidades arménias.
Este é o segundo ano consecutivo em que decorrem os exercícios 'Eagle Partner' com participação de forças militares dos dois países, envolvendo este ano unidades da "US Army Europa and Africa" e da Guarda Nacional do Kansas.
Em 2023, Erevan rejeitou acolher as manobras da pós-soviética Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), liderado pela Rússia, devido ao seu distanciamento com o bloco e Moscovo na sequência do conflito em torno do enclave arménio do Nagorno-Karabakh, recuperado pelo Azerbaijão na sequência de uma guerra-relâmpago.
O primeiro-ministro arménio Nikol Pashinian, que enfrenta uma crescente contestação interna, acusou recentemente os países da aliança pós-soviética -- onde se incluem a maioria dos Estados da Ásia Central mas não o Azerbaijão --, de apoiarem Baku no conflito, que teve como desfecho o êxodo de toda a população arménia do enclave do Nagorno-Karabakh para a Arménia em outubro de 2023.
De acordo com uma recente sondagem, 44,3% por cento dos inquiridos considera que a Arménia deve permanecer um país neutral, fora da OTSC e da NATO. No entanto, cerca de 29% manifestou-se por uma adesão à organização militar ocidental, e 17% pela manutenção da cooperação militar com Moscovo e aliados.
O distanciamento de Erevan face à OTSC ocorreu no rescaldo da decisiva guerra arménio-azeri de 2020 pelo controlo do Nagorno-Karabakh, situado em território do Azerbaijão.
Erevan acusa desde então a OTSC de não ter atendido aos pedidos de ajuda da Arménia face às incursões militares azeris no seu território. Uma base militar permanente russa mantém-se na região arménia de Gyoumri, e Erevan ainda permanece formalmente como membro da OTSC, mas em fevereiro de 2024 Pashinian afirmou que o país tinha congelado "na prática" a sua participação nesta aliança.
Desde então, Erevan procura reforçar as ligações com os ocidentais, enquanto a vizinha Geórgia tem registado uma aproximação à Rússia, um sinal segundo observadores das recomposições geopolíticas em curso no Cáucaso.
Em paralelo, os Estados Unidos anunciaram em 05 de julho a suspensão das manobras militares com a Geórgia previstas para finais deste mês, no âmbito de uma completa reavaliação das suas relações com Tbilissi.
Esta reavaliação foi ordenada em maio após a adoção pelo parlamento da Geórgia de uma lei sobre "influência estrangeira", muito contestada pela oposição, que considera imitar uma legislação russa sobre restrições à liberdade de informação e comprometer a integração europeia do país.
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