Do empréstimo de milhões ao chá. O que aconteceu em Banguecoque?
A investigação sobre a morte de seis pessoas na capital da Tailândia ainda decorre, mas já há muitas pistas sobre o que aconteceu no luxuoso quarto de hotel onde foram encontrados os corpos.
© REUTERS/Chalinee Thirasupa
Mundo Tailândia
A meio da semana, a Tailândia foi notícia por causa da morte de seis pessoas num hotel em Banguecoque. As primeiras notícias davam conta de um tiroteio, fatal para seis pessoas. Mas à medida que a investigação seguiu – a passo rápido –, tudo ficou mais claro e percebeu-se que o pó deixado no local do crime era outro que não pólvora. Se é verdade que morreram seis pessoas, a morte para estas foi bem mais silenciosa.
A história, que ainda está a ser investigada, já fez correr muita tinta – e parece mesmo saída de um policial da Agatha Christie - um ‘check out’ que não aconteceu, uma equipa de limpeza que entra num quarto trancado, seis corpos sem vida.
Os corpos, de dois norte-americanos e quatro vietnamitas, foram descobertos no 5.º andar do Grand Hyatt Erawan, em Banguecoque.
Mas como foram as vítimas parar ao 5.º andar?
Todas as seis pessoas deram entrada no hotel de luxo durante o fim de semana, tendo-lhes sido atribuídos cinco quartos – quatro no 7.º andar e outro no 5.º.
Cinco hóspedes desceram dois andares por volta das 14 horas locais de segunda-feira e entraram no quarto de Sherine Chong. Mas antes, a cidadã vietnamita, também com nacionalidade norte-americana, pediu um chá para si e para os convidados. Depois de entregar a bebida, a funcionária ofereceu-se para a servir quando o grupo chegasse, mas a anfitriã negou. Às autoridades, a funcionária disse que esta parecia na altura “sob stresse e que também estava a falar pouco”.
Chong ficou sozinha com a bebida e esperando os seus convidados: o compatriota Dang Hung Van, de 55 anos, e os quatro vietnamitas, Thi Nguyen Phuong Lan (47), Dinh Tran Phu (37) e Thi Nguyen Phuong e Hong Pham Thanh, estes últimos casados, e com 46 e 49 anos.
Os corpos foram descobertos na terça-feira à noite e as autoridades acreditam que todos os seis já tinham morrido há pelo menos 12 horas (no máximo 24h).
Havia ainda uma 7.ª pessoa na marcação feita em grupo, que dizia respeito à irmã de uma das vítimas – que não chegou sequer a colocar os pés no hotel, dado que na última semana saiu da Tailândia para o Vietname.
Bangkok hotel cyanide murder victims 'were poisoned by US woman'
— Eric Richardson (@EricRichar99818) July 18, 2024
https://t.co/mftfkcoDWZ
Mas como morreram?
Os corpos foram encontrados sem quaisquer sinais de luta e o espaço não parecia ter sido forçado – mesmo a porta que estava trancada. Após análises, as autoridades descobriram vestígios de cianeto. Também a mesa de chá, entregue pela funcionária, tinha comida que não chegou a ser ingerida e mesmo alguns pratos que não chegaram a ser destapados.
O cianeto é um produto químico muitas vezes utilizado na limpeza de metais e na indústria. Pode também encontrar-se em baixas concentrações no solo, na água e em vegetais. Antigamente era mesmo usado como forma de execução, podendo causar a morte em minutos, dependo da dose.
E porquê?
Testemunhas ouvidas pela polícia falaram sobre a possibilidade de um negócio se realizar. As autoridades dão conta de que o casal tinha um negócio de construção e que em causa estaria um novo negócio a fechar com Chong, de 56 anos - a construção de um hospital no Japão.
Tratar-se-ia de um investimento de “milhões de baht tailandeses”. Duas das vítimas tinham emprestado 280 mil dólares, cerca de 247 mil euros, para esta construção.
A BBC dá ainda conta de que Dinh Tran Phu foi contratado para a viagem como maquilhador para esta viagem. O pai deste homem disse que tinha sido uma pessoa de nacionalidade vietnamita a contratá-lo.
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