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Comissário canadiano para direitos humanos demite-se antes de tomar posse

O novo comissário canadiano para os direitos humanos demitiu-se na segunda-feira, antes mesmo de tomar posse, depois de as organizações de defesa dos direitos dos judeus terem manifestado preocupação com os seus anteriores comentários sobre Israel.

Comissário canadiano para direitos humanos demite-se antes de tomar posse
Notícias ao Minuto

00:24 - 13/08/24 por Lusa

Mundo Canadá

"Concordei em demitir-me do cargo de Comissário Principal da Comissão Canadiana dos Direitos Humanos, com efeitos imediatos", escreveu Birju Dattani na rede social LinkedIn.

 

"Continuo a acreditar firmemente no trabalho da Comissão, no seu mandato e na sua importância para a nossa democracia", acrescentou.

A Comissão Canadiana dos Direitos Humanos é independente do governo e trata das queixas de discriminação com base na raça, no sexo ou na religião.

O académico foi nomeado para o cargo em junho e, desde então, tem sido objeto de um inquérito independente lançado pelo ministro da Justiça do Canadá.

Birju Dattani não mencionou o nome de Mujahid Dattani nos seus formulários de verificação de antecedentes, que utilizou para atividades em linha e conferências sobre o Médio Oriente.

Em especial, o Centro Canadiano para as Relações Judaico-Israelitas criticou uma mensagem publicada com esse nome, que comparava a situação dos palestinianos à dos judeus no gueto de Varsóvia durante a Segunda Guerra Mundial.

As conclusões do inquérito, apresentadas em pormenor num relatório publicado na segunda-feira, referem que não existem provas de que Birju Dattani, que foi criado como hindu mas se converteu ao Islão, seja antissemita.

"Não podemos concluir que Birju Dattani tenha convicções que possam ser descritas como antissemitas ou que tenha demonstrado preconceitos (conscientes ou inconscientes) contra os judeus ou os israelitas", afirma o relatório.

O documento conclui, no entanto, que Birju Dattani não mencionou "intencionalmente" o seu outro nome durante o processo de candidatura e que a explicação dada "carece de credibilidade".

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