Mais de 10.000 processos na Rússia por depreciação do exército
As autoridades russas abriram mais de 10.000 processos judiciais por depreciação do exército desde a invasão da Ucrânia em 2022, noticiou hoje o meio de comunicação independente Mediazona com base em dados da justiça.
© Reuters
Mundo Exército
A Rússia aumentou a repressão de manifestações antiguerra desde a invasão da Ucrânia, punindo a divulgação do que considera ser "informações falsas" sobre o exército ou o descrédito das forças armadas, segundo a agência francesa AFP.
No final de 2022, a polícia russa tinha instaurado 5.614 processos contra pessoas acusadas de desacreditar o exército, e 8.590 até ao final de 2023, segundo a Mediazona, que recolheu os dados dos tribunais russos.
O limiar de 10.000 processos foi ultrapassado "na primeira semana de agosto", referiu o meio de comunicação social fundado em 2014 por Nadya Tolokonnikova e Maria Alekhina, do grupo Pussy Riot.
Os processos são abertos por alegada violação do artigo do Código Administrativo russo que proíbe descredibilizar as forças armadas e implicam multas que variam ao equivalente a entre 300 e 500 euros.
Uma pessoa pode ser objeto de um processo penal "em caso de violação repetida" do artigo do Código Administrativo no ano seguinte a uma primeira sanção, o que implica poder ser condenado a uma pena de prisão até sete anos.
De acordo com a organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos OVD-Info, foram instaurados processos penais deste tipo contra 194 pessoas, na sequência de uma reincidência na desacreditação do exército.
O dissidente russo Oleg Orlov, 71 anos, membro da ONG Memorial e codetentor do Prémio Nobel da Paz em 2022, foi processado da mesma forma, depois de ter denunciado repetidamente a invasão russa da Ucrânia.
Em fevereiro, foi condenado a dois anos e meio de prisão e libertado no âmbito de uma troca de prisioneiros entre os países ocidentais e Moscovo, em 01 de agosto.
Desde fevereiro de 2022, milhares de pessoas foram ameaçadas, punidas ou condenadas, por vezes com penas pesadas, pela oposição ao regime do Presidente Vladimir Putin e à invasão da Ucrânia.
De acordo com a ONG Memorial, há atualmente 762 presos políticos na Rússia.
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