Papa Francisco iniciou viagem de 12 dias pela Oceânia e Sudeste Asiático
O papa Francisco partiu segunda-feira Roma para uma viagem de 12 dias pela Oceânia e o Sudeste Asiático que começa na Indonésia, país maioritariamente muçulmano que aguarda com expectativa a visita do sumo pontífice.
© Getty Images/ BAY ISMOYO / AFP
Mundo Indonésia
O Airbus 330 da companhia ITA Airways descolou às 17:15 (16:15) do aeroporto Leonardo da Vinci de Fiumicino e aterrará treze horas depois, no aeroporto de Sokarno, Indonésia.
Francisco, que completará 88 anos em 17 de dezembro, vai percorrer 32.814 quilómetros de avião para visitar dois continentes.
O arranque da viagem é na capital da Indonésia, Jacarta, um país de 280 milhões de habitantes, dos quais mais de 85% são muçulmanos, na madrugada desta terça-feira, onde permanecerá até 06 de setembro.
A diretora de assuntos europeus do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Indonésia, Widya Sadnovic, realçou ao meio de comunicação católico Fides que a visita do sumo pontífice à Indonésia gerou muita expectativa e não apenas entre os católicos.
"Vejo representantes do governo, membros da Igreja indonésia, representantes do Vaticano, da Nunciatura Apostólica e do Grande Imã, todos unidos no mesmo objetivo: todos estão a tentar fazer a sua parte para que esta visita seja um momento feliz, um acontecimento memorável para a nação", garantiu.
Depois de recuperar do voo de treze horas, Francisco vai reunir-se em privado -- como é seu costume em cada viagem apostólica -- com membros da Companhia de Jesus.
Além disso, a chave desta primeira etapa da sua viagem pelo Sudeste Asiático e pela Oceânia será o diálogo inter-religioso. A Indonésia é o décimo quarto país que Francisco visita, onde o Islão é maioritário.
Prevê-se que no encerramento do encontro inter-religioso na mesquita Istiqlal, a maior do Sudeste Asiático, com mais de nove hectares, que contará com a presença de representantes das seis confissões oficiais do país Islão, Protestantismo, Catolicismo, Budismo, Hinduísmo e Confucionismo, seja assinado um documento conjunto como já aconteceu na sua viagem a Abu Dhabi com o 'Documento sobre a fraternidade humana para a paz mundial'.
Aí, o Papa reunirá com o Grande Imã da mesquita, num momento de "grande poder simbólico".
"As palavras do Papa Francisco são frequentemente citadas nos meios de comunicação indonésios. [São] Conhecidas e adotadas não só pelos católicos, mas também por representantes governamentais, líderes muçulmanos e comentadores. Isto é impressionante para nós", destacou Widya Sadnovic.
O papa deverá ainda reunir-se com o Presidente indonésio, Joko Widodo, e presidir a uma missa no estádio de Jacarta, uma megalópole de 12 milhões de habitantes poluída e ameaçada pelas alterações climáticas.
Depois de Paulo VI em 1970 e João Paulo II em 1989, Francisco é o terceiro papa a visitar o arquipélago de 17.500 ilhas, que se estende por 5.000 quilómetros.
Esta viagem por quatro países da Ásia e da Oceânia -- para além da Indonésia, visitará a Papua Nova Guiné, Timor Leste e Singapura -- marcará não só a mais longa viagem apostólica internacional do pontificado de Francisco, mas também a mais complexa.
O pontífice, de 87 anos, é obrigado a usar cadeira de rodas para se deslocar e tem enfrentado vários problemas de saúde nos últimos anos. No ano passado, teve de ser internado duas vezes, uma por causa do que descreveu como bronquite e outra por uma cirurgia a uma hérnia abdominal.
Foi também forçado a cancelar uma viagem planeada ao Dubai para a cimeira climática COP28 das Nações Unidas devido a uma grave infeção respiratória.
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