Uma escola em Winder, no estado norte-americano de Geórgia, foi, na quarta-feira, palco de um tiroteio - uma situação que não só não é inédita como é comum no país. Quatro pessoas morreram às mãos de um adolescente de 14 anos e nove outras ficaram feridas, naquele que foi o 4.º tiroteio mais mortífero deste ano, de acordo com a CNN Internacional.
O tiroteio aconteceu por volta das 10h locais, 15h em Lisboa. Entre o atirador ser detido e os testemunhos de colegas, o FBI deu conta de uma atualização ao final da tarde (início da madrugada em Portugal): Colt Gray, que vai ser julgado como um adulto, não era desconhecido das autoridades.
Em comunicado, o FBI divulgou que, em maio de 2023, receberam "várias denúncias anónimas sobre sobre um [eventual] tiroteio numa escola, sem identificar qual". "As ameaças continham fotografias com armas. Em 24 horas, o FBI determinou que as ameaças vinha da Geórgia e as autoridades locais localizaram um possível suspeito, um rapaz de 13 anos, com que falaram - assim como o seu pai. O pai disse que tinha armas de caça em casa, mas que o rapaz não tinha acesso supervisionado a elas. O rapaz negou ter feito qualquer ameaça", lê-se na nota.
As vítimas mortais são dois alunos, de 14 anos, e dois professores de matemática, de 39 e 53.
A mesma explicação dá conta de que as autoridades do condado de Jackson "alertaram as escolas para que o rapaz fosse supervisionado". Na altura, o FBI apontava que "não havia causa provável para detenção".
O que se passou? E o que dizem as testemunhas?
A CNN Internacional falou com uma colega do atirador, que disse que este se sentou ao lado dela e que saiu por volta das 9h45. Não tendo levado um passe para ir à casa de banho, ela achou que ele ia 'só' faltar ao resto da aula. Segundo contou a jovem, de 16 anos, no fim da aula alguém disse ao altifalante para que a sua professora visse o e-mail. Lyela Sayarath explicou que o atirador apareceu depois junto à porta da sala de aula com uma arma - mas a porta estava fechada.
"Acho que ele percebeu que não o íamos deixar entrar. E acho que a sala de aula ao lado tinha a porta aberta e ele disparou para lá", referiu, dando conta de que "parecia que ele não tinha planeado as coisas muito bem", até porque "não tentou disparar para a porta fechada". "Assim que viu que estava fechada, foi para a próxima", recordou.
A imprensa internacional dá também conta de uma troca de mensagens entre um aluno e a sua mãe. O jovem enviou uma mensagem à mãe a dizer que achava que estava a acontecer um tiroteio e que não estava a brincar. "Estou a caminho", escreveu-lhe a mãe.
A arma usada foi uma arma semi-automática, mas as autoridades ainda não explicaram como é que o jovem obteve a arma e as munições, assim como esta foi levada até à escola. "Ainda estamos a tentar clarificar como é que as coisas se desenrolaram", explicaram as autoridades ainda ontem
O que diz a Casa Branca?
Tanto o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, como a 'vice', Kama Harris, reagiram à situação. Enquanto Biden sublinhou que estava "de luto" e que aquilo que devia ter sido um regresso às aulas "se transformou numa lembrança horrível de como a violência armada continua a destruir comunidades", Kamala, também candidata à Casa Branca, apontou que este tipo de situações "tem de acabar".
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, apelou hoje para uma ação decisiva contra a violência ligada ao porte individual de armas de fogo, horas após um tiroteio numa escola secundária ter feito quatro mortos.
Lusa | 21:24 - 04/09/2024
"Temos de acabar com esta epidemia de violência com armas de fogo no nosso país de uma vez por todas. Não há nenhuma razão para tolerar isto", afirmou a candidata democrata às eleições presidenciais de 5 de novembro próximo, num discurso de campanha proferido no Estado de New Hampshire.
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