União Africana apela ao fim imediato dos combates na cidade de El-Fasher
A União Africana (UA) apelou hoje ao fim imediato dos combates na cidade sudanesa de El-Fasher, onde a escalada do conflito, que dura há mais de um ano e meio, tem aumentado.
© Omer Erdem/Anadolu Agency via Getty Images
Mundo Sudão
O presidente da comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, "apela à cessação imediata dos combates dentro e fora de El-Fasher", segundo um comunicado.
Há meses que o destino de El-Fasher preocupa a comunidade internacional.
Nesta metrópole de dois milhões de habitantes, a única capital dos cinco Estados do Darfur que não está nas mãos dos paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF), "centenas de milhares de civis" estão ameaçados por uma violência maciça, como advertiram as Nações Unidas na semana passada.
Os paramilitares lançaram uma ofensiva no fim de semana, após meses de cerco.
Segundo Faki Mahamat, "não pode haver uma solução militar para a crise no Sudão" e os combates "apenas prolongam o sofrimento do povo sudanês".
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, manifestou "grande preocupação" com as notícias da ofensiva "em grande escala" das RSF, instando o general Daglo a "atuar de forma responsável e a dar imediatamente ordem para parar o ataque".
Os paramilitares têm cercado a cidade desde maio e, nos últimos meses, a violência matou centenas de pessoas, segundo os Médicos Sem Fronteiras.
Ambas as partes foram acusadas de crimes de guerra, incluindo ataques a civis, bombardeamentos indiscriminados de zonas residenciais, pilhagens e de bloqueio da ajuda humanitária vital.
Em setembro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou um número de mortos de pelo menos 20.000 desde o início do conflito, mas algumas estimativas apontam para 150.000, segundo o enviado dos EUA para o Sudão, Tom Perriello.
A guerra sudanesa opõe o exército, liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhane, aos paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF) do seu antigo adjunto, o general Mohamed Hamdane Daglo, desde abril de 2023.
Mais de dez milhões de pessoas foram também deslocadas pelos combates ou obrigadas a refugiar-se no estrangeiro, o que corresponde a um em cada cinco sudaneses.
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