Candidato a líder de Macau quer criar fundo público para diversificar economia
O único candidato a líder do governo de Macau prometeu hoje criar um fundo público para financiar o desenvolvimento de serviços financeiros e tecnologia avançada e assim diversificar a economia, muito dependente do jogo.
© Lusa
Mundo Macau
Durante a apresentação do programa político, que marcou o arranque da campanha eleitoral, o ex-magistrado Sam Hou Fai disse que a pandemia de covid-19 "é uma lição" para Macau.
A economia da região semiautónoma chinesa contraiu 56,3% em 2020 e mais 26,2% em 2022, sobretudo devido às restrições impostas pela China continental nas viagens para o território.
Com o fim da maioria das restrições, em janeiro de 2023, o produto interno bruto (PIB) de Macau regressou no ano passado a 80% do nível registado antes do início da pandemia, de acordo com dados oficiais.
"Se no futuro houver uma outra nova catástrofe, como poderemos enfrentar" perguntou Sam Hou Fai.
"Depender apenas do setor do jogo e turismo é insuficiente", sublinhou, perante a maioria dos 400 membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo (CECE), órgão que vai escolher o novo líder a 13 de outubro.
O candidato disse que Macau prometeu reforçar a "posição de liderança" do Governo na promoção do desenvolvimento de setores como a saúde integrada, os serviços financeiros e a tecnologia avançada.
"Se só depender do mercado, vai ser muito difícil" a estes setores ganharem escala, defendeu Sam Hou Fai.
O ex-magistrado sublinhou que Macau já gastou dois mil milhões de patacas (224 milhões de euros) na promoção da diversificação da economia, mas prometeu "mais fundos", nomeadamente no apoio à investigação e desenvolvimento tecnológico.
Sam Hou Fai apontou ainda como prioridade "atrair talentos de alta qualidade para trabalhar nos setores de alta tecnologia e saúde integrada".
A campanha eleitoral arrancou hoje e decorre até 11 de outubro.
A candidatura de Sam Hou Fai obteve o apoio escrito de 386 dos 400 membros da CECE.
Os membros da CECE são provenientes dos quatro setores da sociedade, como definidos pela Lei Básica: industrial, comercial e financeiro; cultural, educacional, profissional; trabalho, serviços sociais e religião e político.
O ex-presidente do Tribunal de Última Instância vai ser o primeiro chefe do Executivo a falar português.
Nascido em 1962 em Zhongshan, na vizinha província chinesa de Guangdong, Sam completou a licenciatura em Direito pela Universidade de Pequim, tendo frequentado posteriormente os cursos de Direito e de Língua e Cultura Portuguesa da Universidade de Coimbra.
O mandato do atual chefe do Executivo, Ho Iat Seng, termina em 19 de dezembro, estando prevista a posse do novo líder em 20 de dezembro, dia em que se assinala o 25.º aniversário da constituição da RAEM, na sequência da transferência da administração de Macau de Portugal para a China.
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