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Governo da Suécia acusado de querer "ilegalizar a pobreza"

Proposta do executivo para proibir a mendicidade está a gerar polémica.

Governo da Suécia acusado de querer "ilegalizar a pobreza"
Notícias ao Minuto

23:50 - 02/10/24 por Notícias ao Minuto

Mundo Suécia

O governo da Suécia está a ser acusado de tentar "ilegalizar a pobreza", após ter anunciado planos para criar uma proibição nacional da mendicidade.

 

Segundo o The Guardian, será feito um estudo de nove meses para entender-se se é factível proibir, a nível nacional, a ação de mendigar e pedir esmola. O anúncio foi feito pela coligação de centro-direita que governa o país, com o apoio dos Democratas Suecos, de extrema-direita.

Na segunda-feira, a líder parlamentar deste grupo alegou que cidadãos oriundos de outros países estão a ir para a Suécia "para pedir esmola do lado de fora das lojas".

A Stockholms Stadsmission, uma organização social cristã que trabalha com pessoas vulneráveis na capital sueca, condenou a medida, no entanto. A porta-voz Fanny Siltberg disse que "proibir a mendicidade, ou exigir uma permissão para pedir esmola, é só tentar desviar o problema numa tentativa fútil de ilegalizar a pobreza".

"A vulnerabilidade deste grupo pode ser reduzida por meio da redução da pobreza estrutural e do trabalho contra a discriminação, tanto nos países de origem quanto na União Europeia. É um trabalho de longo prazo. Entretanto, a sociedade tem de assumir a responsabilidade, por exemplo, ao oferecer caminhos para o mercado de trabalho e imobiliário e, dessa forma, reduzir a vulnerabilidade social dessas pessoas", acrescentou.

O governo da Suécia argumentou que a mendicidade aumentou na Suécia desde o início da década de 2010. Samani, no entanto, questionou até que ponto a mendicância é um problema para o país.

A  vice-diretora jurídica da organização de direitos humanos Civil Rights Defenders, Aida Samani, considerou, por outro lado, que a proposta de proibição desta atividade acontece no âmbito de uma mudança global, rumo a "políticas mais opressivas" no que toca à política criminal e migratória, bem como de "desconsideração dos direitos humanos e das liberdades".

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