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Banco do Vaticano despede funcionários que se casaram. Eis porquê

O casal anunciou a intenção de se casar em fevereiro, meses depois entrou em vigor um novo regulamento que proíbe os casamentos no local de trabalho do Banco do Vaticano.

Banco do Vaticano despede funcionários que se casaram. Eis porquê
Notícias ao Minuto

10:16 - 03/10/24 por Notícias ao Minuto

Mundo Vaticano

O Instituto para as Obras Religiosas, conhecido como Banco do Vaticano, revelou, na quarta-feira, que despediu um casal de funcionários por ter violado uma nova proibição de casamentos no local de trabalho ao se ter casado recentemente. 

 

Segundo a agência de notícias The Associated Press (AP), o instituto disse ter tomado a "difícil decisão" de despedir o casal, que tem três filhos. Em causa esteve o facto de nenhum deles ter aceitado demitir-se voluntariamente para que o outro pudesse continuar a trabalhar. 

O casal conheceu-se quando trabalhava em diferentes departamentos do Banco do Vaticano e informou, em fevereiro, que pretendia casar-se. Meses depois, em maio, entrou em vigor um novo regulamento que proíbe os casamentos no local de trabalho.

O objetivo, segundo o instituto, é evitar quaisquer possíveis conflitos de interesses num pequeno banco com apenas 100 funcionários e garantir a imparcialidade nas suas operações.

"A formação de um casal entre os funcionários é, de facto, flagrantemente contraditória com os regulamentos em vigor no instituto, cujo principal objetivo é evitar o risco reputacional de acusações de familismo e, consequentemente, garantir um tratamento imparcial entre os funcionários", afirmou o Instituto para as Obras Religiosas, citado pela AP. 

O despedimento foi contestado pela advogada do casal, Laura Sgro, que avisou o banco que levaria o caso ao tribunal civil do Vaticano, uma vez que a notificação era "nula, ilegítima e gravemente lesiva dos direitos fundamentais das pessoas e dos trabalhadores e, portanto, desprovida de qualquer efeito".

O casal apelou ainda ao Papa Francisco e pediu uma dispensa do novo regulamento, que só entrou em vigor depois de terem anunciado a intenção de se casar. No entanto, não obteve resposta. 

A advogada explicou que os visados casaram em agosto e que, na terça-feira, 1 de outubro, foram notificados de que já não preenchiam os requisitos para serem funcionários bancários. Foi-lhes então pedido que entregassem os seus cartões de identificação do Vaticano e devolvessem os seus cartões bancários do IOR.

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