Coreia do Norte altera Constituição e nomeia novo ministro da Defesa
O parlamento da Coreia do Norte aprovou por unanimidade uma alteração da Constituição e nomeou um novo ministro da Defesa, disse hoje a agência de notícias estatal norte--coreana.
© Reuters
Mundo Coreia do Norte
A mudança da Constituição foi decidida numa sessão especial da Assembleia Suprema do Povo, realizada na segunda e terça-feira, disse a KCNA, sem adiantar quais as alterações introduzidas.
A sessão aconteceu nove meses depois de o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, ter defendido uma reforma da Constituição para traçar linhas claras de fronteira com a Coreia do Sul e eliminar os artigos sobre a reunificação da península.
Kim reiterou, em várias ocasiões, a necessidade de "definir as relações intercoreanas como as de dois Estados hostis um ao outro", e pôr de lado eventuais opções de reconciliação ou unificação dos dois territórios, que continuam oficialmente em guerra desde 1953. O conflito (1950-53) terminou com a assinatura de um armistício que nunca foi substituído por um acordo de paz.
O líder descreveu a Coreia do Sul como "inimigo principal e imutável" do país.
O Ministério da Unificação da Coreia do Sul indicou estar previsto que a Coreia do Norte denuncie todos os acordos políticos e militares intercoreanos, incluindo o Acordo Básico alcançado em 1991, que definiu uma "relação especial" entre as duas partes, criados com a ideia de uma futura reunificação do território.
Desde a adoção da Constituição, em 1972, a Coreia do Norte introduziu uma dezena de alterações ao texto, que tinha sido revisto pela última vez em setembro de 2023 para introduzir uma política de reforço nuclear.
A KCNA destacou algumas mudanças no Governo norte-coreano, como a do ministro da Defesa, que passa a ser o general No Kwang-chol, sucedendo a Kang Sun-nam.
No Kwang-chol, que ocupou o cargo entre 2018 e 2019, acompanhou Kim Jong-un a Singapura em 2018 e ao Vietname no ano seguinte para conversações com o ex-presidente dos Estados Unidos e atual candidato presidencial, Donald Trump.
Também hoje, o exército da Coreia do Norte disse que vai bloquear permanentemente a fronteira com a Coreia do Sul e aumentar a postura de defesa na linha da frente para lidar com a "histeria de confronto" das forças sul-coreanas e norte-americanas.
De acordo com a KCNA, os militares disseram que vão "cortar completamente estradas e caminhos-de-ferro" ligados à Coreia do Sul e "fortalecer as áreas relevantes [do Norte] com fortes estruturas de defesa".
Os militares apelidaram esta decisão de "medida autodefensiva para inibir a guerra e defender a segurança" da Coreia do Norte, apontando para os exercícios militares conjuntos realizados por Seul e Washington.
A Coreia do Sul tinha já avançado que o Norte começou a colocar barreiras antitanques e a reforçar estradas no seu lado da fronteira desde abril, numa provável tentativa de evitar que soldados e cidadãos desertem.
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