UE e Indo-Pacífico participam pela primeira vez em ministerial da NATO
A União Europeia e os países do Indo-Pacífico participarão pela primeira vez na reunião ministerial de Defesa da NATO, para discutir o agravamento das tensões geopolíticas no Médio Oriente, Ucrânia e também na região do Pacífico, foi hoje divulgado.
© Getty Images
Mundo NATO
A presença destes atores da cena internacional na reunião ministerial da Aliança Atlântica, que decorre quinta e sexta-feira em Bruxelas, foi confirmada pela embaixadora dos Estados Unidos da América (EUA) junto da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Julianne Smith.
Dos 32 países que integram a NATO, 23 também fazem parte da União Europeia (UE). Os países da região do Indo-Pacífico são a Austrália, Japão, Coreia do Sul e Nova Zelândia.
Portugal estará representado na reunião pelo ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo.
No encontro, os ministros irão discutir o agravamento das tensões geopolíticas em várias partes do mundo, especificamente na Ucrânia, Médio Oriente e na região do Pacífico.
O conflito na Ucrânia começou há mais de dois anos e meio e com as eleições presidenciais norte-americanas (05 de novembro) no horizonte, e a possibilidade de um regresso do republicano Donald Trump à Casa Branca, a NATO quer fortificar a sua posição de apoio inequívoco ao país invadido pela Rússia em fevereiro de 2022.
A Aliança Atlântica está preocupada com a possibilidade de o apoio à Ucrânia esmorecer nos EUA e de isso ser catalisador para acontecer em outros países. Tanto no seio da NATO como na UE existem países, como é o caso da Hungria, que são críticos do apoio disponibilizado à Ucrânia.
Está prevista igualmente uma reunião do Conselho NATO -- Ucrânia que irá servir para fazer uma atualização dos desenvolvimentos no terreno.
Em simultâneo, a situação de conflito no Médio Oriente, que já conta com várias frentes e vários intervenientes (Israel, Hamas, Hezbollah, Irão), está a preocupar os países da NATO e os parceiros.
Nesta questão, há países com posturas diametralmente opostas, como Espanha, que reconheceu o Estado da Palestina e defende o fim urgente da venda de armas a Israel, e os EUA, que estão a apoiar Israel, o seu maior aliado no Médio Oriente, com armamento.
Também está prevista uma reunião da coligação internacional para derrotar o autoproclamado Estado Islâmico no Iraque e na Síria, grupo continua a operar na região do Médio Oriente.
Mais próximo da área geográfica dos países do Indo-Pacífico, na segunda-feira a China fez exercícios militares navais perto do Estreito de Taiwan e admitiu que as manobras tinham como objetivo dissuadir Taipé de querer avançar no processo de independência.
Pequim reivindica o território taiwanês como parte da China.
Nas declarações de hoje, a embaixadora norte-americana, Julianne Smith, acrescentou que a reunião de quinta e sexta-feira "vai ser o princípio da preparação da cimeira de Haia", nos Países Baixos, agendada para o próximo ano.
E também frisou: "É a primeira reunião ministerial de defesa de Mark Rutte enquanto secretário-geral [da NATO]".
O ex-primeiro-ministro neerlandês Mark Rutte iniciou funções como secretário-geral da NATO no passado dia 01 de outubro, substituindo Jens Stoltenberg.
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