Cuba espera ter maior cobertura elétrica durante o dia após apagão total
O Ministério de Energia e Minas de Cuba anunciou hoje a possibilidade de alcançar maior cobertura elétrica no país durante o dia, em pleno apagão nacional que já dura há 24 horas no país caribenho.
© ADALBERTO ROQUE/AFP via Getty Images
Mundo Cuba
"Hoje teremos maior cobertura elétrica no país, desde a entrada das unidades geradoras até aos subsistemas criados nos territórios", informou o Ministério da Energia na rede social X.
A mensagem surge depois de o país ter ficado hoje novamente sem eletricidade, na sequência do fracasso do processo de recuperação do Sistema Elétrico Nacional, iniciado na sexta-feira após o apagão total causado por uma avaria numa central termoelétrica.
O processo de reinício do sistema elétrico foi iniciado, permitindo recuperar, em algumas zonas do país, a eletricidade. O objetivo era expandir e ligar as zonas entre si para chegar às centrais termoelétricas e reiniciá-las, mas uma nova "desconexão total" pôs fim a estes progressos.
"Hoje, às 06:15 da manhã, houve uma desconexão total do Sistema Elétrico Nacional. A Unión Elétrica está a trabalhar no seu restabelecimento", informou a empresa estatal nas redes sociais.
O sistema elétrico entrou em colapso na sexta-feira de manhã devido a uma avaria na central termoelétrica de Guiteras, um dos principais geradores do país, segundo o Ministério da Energia.
O sistema encontra-se num estado precário pela falta de combustíveis - resultado da falta de divisas para importar - e frequentes avarias em centrais termoelétricas obsoletas, com quatro décadas de funcionamento e uma crónica falta de investimento.
Os apagões são habituais desde há vários anos, mas desde o final de agosto a situação agravou-se para níveis semelhantes aos piores momentos, como no início deste ano, julho e agosto de 2021 e 2022.
O Governo cubano alugou, nos últimos anos, várias centrais elétricas flutuantes para atenuar a falta de capacidade de produção.
Os frequentes apagões prejudicam a economia cubana - que em 2023 contraiu 1,9% e se encontra ainda abaixo dos níveis de 2019, segundo dados oficiais - e impulsionam o descontentamento social numa sociedade afetada por uma crise económica agravada nos últimos anos.
Os apagões têm também desencadeado protestos antigovernamentais, como em 11 de julho de 2021 e em 17 de março, em Santiago de Cuba e outras localidades.
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