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Polónia fecha consulado russo. Moscovo promete "resposta dolorosa"

O ministro dos Negócios Estrangeiros polaco anunciou hoje o encerramento do consulado russo em Poznan (oeste) no âmbito de acusações de "tentativas de sabotagem" por Moscovo, que prometeu, por seu lado, "uma resposta dolorosa".

Polónia fecha consulado russo. Moscovo promete "resposta dolorosa"
Notícias ao Minuto

17:08 - 22/10/24 por Lusa

Mundo Polónia

"Tenho informações de que a Rússia está por trás de tentativas de sabotagem na Polónia e nos países aliados. Tomei a decisão de retirar a autorização de funcionamento do consulado da Federação Russa em Poznan", declarou Radoslaw Sikorski à imprensa.

 

Os funcionários do consulado serão considerados 'persona non grata' na Polónia, acrescentou o governante, apelando à Rússia para que pare "a guerra híbrida contra a Polónia e os seus aliados".

Se a Rússia "continuar, reservamo-nos o direito de tomar outras medidas firmes", acrescentou.

A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, citada pela agência de notícias Ria Novosti, prometeu "uma resposta dolorosa a qualquer nova medida hostil".

Após o encerramento do consulado de Poznan, que deverá entrar em vigor "dentro de alguns dias", segundo o porta-voz do ministério polaco, a Rússia terá três consulados e uma embaixada na Polónia.

A Polónia, um forte aliado da Ucrânia, acusa regularmente a Rússia de sabotagem e espionagem.

Nos últimos meses, cidadãos de várias nacionalidades foram detidos ou condenados na Polónia sob acusação de atos de sabotagem a favor dos serviços secretos russos.

Na lista de acusações estão espancamentos, fogo posto ou tentativa de fogo posto, planeamento de descarrilamento de um comboio que transportava ajuda para a vizinha Ucrânia e espionagem de instalações militares e infraestruturas críticas no país membro da NATO.

A Polónia faz fronteira com a Ucrânia e é um dos principais países através dos quais os países ocidentais transferem armas e munições destinadas a Kiev para ajudar a combater a invasão russa.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território, e a rejeitar negociar enquanto as forças ucranianas controlem a região russa de Kursk, parcialmente ocupada em agosto.

Leia Também: Polónia quer suspender asilo a quem chegar ilegalmente pela Bielorrússia

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