Polónia fecha consulado russo. Moscovo promete "resposta dolorosa"
O ministro dos Negócios Estrangeiros polaco anunciou hoje o encerramento do consulado russo em Poznan (oeste) no âmbito de acusações de "tentativas de sabotagem" por Moscovo, que prometeu, por seu lado, "uma resposta dolorosa".
© ELENA COVALENCO/AFP via Getty Images
Mundo Polónia
"Tenho informações de que a Rússia está por trás de tentativas de sabotagem na Polónia e nos países aliados. Tomei a decisão de retirar a autorização de funcionamento do consulado da Federação Russa em Poznan", declarou Radoslaw Sikorski à imprensa.
Os funcionários do consulado serão considerados 'persona non grata' na Polónia, acrescentou o governante, apelando à Rússia para que pare "a guerra híbrida contra a Polónia e os seus aliados".
Se a Rússia "continuar, reservamo-nos o direito de tomar outras medidas firmes", acrescentou.
A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, citada pela agência de notícias Ria Novosti, prometeu "uma resposta dolorosa a qualquer nova medida hostil".
Após o encerramento do consulado de Poznan, que deverá entrar em vigor "dentro de alguns dias", segundo o porta-voz do ministério polaco, a Rússia terá três consulados e uma embaixada na Polónia.
A Polónia, um forte aliado da Ucrânia, acusa regularmente a Rússia de sabotagem e espionagem.
Nos últimos meses, cidadãos de várias nacionalidades foram detidos ou condenados na Polónia sob acusação de atos de sabotagem a favor dos serviços secretos russos.
Na lista de acusações estão espancamentos, fogo posto ou tentativa de fogo posto, planeamento de descarrilamento de um comboio que transportava ajuda para a vizinha Ucrânia e espionagem de instalações militares e infraestruturas críticas no país membro da NATO.
A Polónia faz fronteira com a Ucrânia e é um dos principais países através dos quais os países ocidentais transferem armas e munições destinadas a Kiev para ajudar a combater a invasão russa.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território, e a rejeitar negociar enquanto as forças ucranianas controlem a região russa de Kursk, parcialmente ocupada em agosto.
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