Guterres "chocado com número horrível de mortos" no norte de Gaza
O secretário-geral da ONU, António Guterres, está "chocado com o número horrível de mortes, feridos e destruição no norte" da Faixa de Gaza, onde o exército israelita continua as suas operações, disse hoje o porta-voz.
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"A situação dos civis palestinianos encurralados no norte da Faixa de Gaza é insuportável", denunciou, num comunicado citado pela AFP, descrevendo "civis presos sob os escombros, pessoas doentes e feridas privadas de cuidados de saúde vitais e famílias sem comida e abrigo".
Há algumas semanas, Israel iniciou uma grande operação no norte de Gaza, para impedir a reconstituição das milícias do Hamas naquela zona.
Segundo fontes médicas palestinianas citadas pela Europa Press, esta campanha tem sido caracterizada pela violência implacável das forças israelitas, que provocou mais de 1.000 mortos em menos de um mês e gerou um novo êxodo da população.
António Guterres relatou que "centenas de pessoas morreram e mais de 60.000 foram forçadas a fugir mais uma vez, muitas temendo não conseguir regressar" à região.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou também que Israel continua a "negar, com poucas exceções, repetidas tentativas de entrega de abastecimentos humanitários essenciais à sobrevivência" dos habitantes desta parte do enclave e salientou que esta ofensiva provocou o adiamento da fase final da campanha de vacinação contra a poliomielite no norte de Gaza, que está a "pôr em perigo a vida de milhares de crianças".
O conflito continua a ser travado sem ter em conta as exigências do Direito Internacional, apontou Guterres.
"Em nome da humanidade, o secretário-geral reitera os seus apelos a um cessar-fogo imediato, à libertação imediata e incondicional de todos os reféns e à responsabilização pelos crimes cometidos por ambos os lados", concluiu.
O norte de Gaza, em particular Jabalia, Beit Lahia e Beit Hanoun, enfrenta um cerco militar sem precedentes desde 04 de outubro, com mais de 800 pessoas mortas e um sistema de saúde em colapso, após repetidos ataques e rusgas das forças israelitas, que querem que a restante população se desloque para a cidade de Gaza.
Na noite de sábado, pelo menos 40 pessoas foram mortas e 80 outras ficaram feridas num novo ataque em Beit Lahia, depois de os caças israelitas terem bombardeado um complexo em Beit Lahia.
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, denunciou no sábado, na rede social X, que "a situação no norte de Gaza é catastrófica" e disse que "operações militares intensas" em torno e dentro dos hospitais, bem como a falta de recursos, estão a privar os habitantes de Gaza de cuidados médicos vitais.
[Notícia atualizada às 15h05]
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