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Sobe para 400 os mortos numa cidade sudanesa sitiada pelos paramilitares

Uma organização não-governamental sudanesa elevou para quase 400 os mortos numa cidade do estado de Gezira, sitiada há semanas pelas Forças de Apoio Rápido (RSF) paramilitares, no contexto da guerra que afeta este país africano desde abril.

Sobe para 400 os mortos numa cidade sudanesa sitiada pelos paramilitares
Notícias ao Minuto

15:07 - 13/11/24 por Lusa

Mundo Sudão

A Conferência de Gezira, um grupo da sociedade civil sudanesa, afirmou, através de um comunicado publicado na sua conta da rede social Facebook, que 382 pessoas morreram em Al Hilaliya devido a "envenenamento e falta de cuidados de saúde".

 

Segundo o grupo, 23 pessoas morreram na segunda-feira, incluindo seis crianças, num contexto de agravamento da situação na cidade sitiada, situada a cerca de 70 quilómetros a nordeste da capital de Gezira, Ouad Madani.

Fontes locais citadas pelo grupo Nida al Uasat acusaram as RSF de envenenar a água potável e de distribuir alimentos envenenados com fertilizantes e mercúrio, segundo o portal de notícias sudanês Sudan Tribune.

A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) acusou na segunda-feira o grupo paramilitar de assassínios, detenções ilegais e violações durante os seus ataques no estado de Gezira, insistindo que a ONU deveria enviar uma missão para proteger os civis.

As RSF assumiram o controlo da capital de Gezira, Ouad Madani, em dezembro de 2023 e, desde então, têm cometido graves violações dos direitos humanos, incluindo assassinatos, raptos e violência sexual. Os ataques aumentaram após a deserção, em 20 de outubro, do líder do grupo em Gezira, Abu Aqla Kikil.

O Sudão está mergulhado numa guerra civil na sequência das hostilidades que eclodiram em abril de 2023, no meio de tensões crescentes sobre a integração das RSF nas Forças Armadas, uma parte fundamental de um acordo assinado em dezembro de 2022 para formar um novo Governo civil e relançar a transição após a destituição de Omar Hassan al-Bashir em 2019, prejudicada pelo golpe de outubro de 2021, em que o então ministro de transição, Abdullah Hamdok, foi derrubado.

Leia Também: ONU alerta que conflito armado no Sudão pode intensificar-se ainda mais

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