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Navios, drones, gasodutos. Os incidentes suspeitos de "guerra híbrida"

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, somam-se os incidentes suspeitos de sabotagem no Mar Báltico e do Mar do Norte, como as recentes ruturas de dois cabos submarinos de telecomunicações.

Navios, drones, gasodutos. Os incidentes suspeitos de "guerra híbrida"
Notícias ao Minuto

17:22 - 19/11/24 por Lusa

Mundo Ucrânia/Rússia

As falhas em equipamentos de comunicações e de energia têm sido tratadas como atos deliberados e inserem-se, segundo especialistas e políticos, no contexto da "guerra híbrida" entre a Rússia e os países ocidentais, numa vasta área delimitada por vários membros da NATO, onde Moscovo também tem pontos de acesso.

 

Nos casos mais recentes, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, disse hoje que um ato de sabotagem pode ter sido a causa dos danos em dois cabos de telecomunicações no Mar Báltico, um entre a Finlândia e a Alemanha e outro entre a Suécia e a Lituânia.

As autoridades dos países implicados já anunciaram investigações a estes incidentes por suspeita de ação criminosa.

Eis alguns casos suspeitos de serem manobras de "guerra híbrida" e registados desde o início do conflito na Ucrânia:

Gasodutos e cabos

O incidente mais destacado no Mar Báltico aconteceu com a sabotagem, em setembro de 2022, dos gasodutos russos Nord Stream, que ainda não foi esclarecida.

Quatro enormes fugas de gás precedidas de explosões subaquáticas ocorreram em 26 de setembro de 2022 nos Nord Stream 1 e 2, gasodutos que transportavam a maior parte do gás russo para a Europa.

Em agosto, uma investigação do The Wall Street Journal implicou as autoridades da Ucrânia neste caso, uma alegação descrita como "absolutamente absurda" por Kyiv.

O incidente que envolveu o gasoduto Balticconnector, que liga a Finlândia à Estónia, também permanece um enigma. Um cabo de telecomunicações foi também danificado entre estes dois países.

Foi encerrado em 08 de outubro de 2023 após a deteção de uma fuga que, segundo as autoridades finlandesas, terá sido provocada por intervenção externa, levantando receios de uma sabotagem.

No mesmo mês, um cabo submarino de telecomunicações entre a Suécia e a Estónia foi danificado por "uma força externa" ou "manipulação", segundo Estocolmo.

Bloqueio de GPS

Desde que a Rússia lançou a invasão da Ucrânia, as perturbações do sinal GPS intensificaram-se na região do Mar Báltico.

Em abril, a Estónia, a Letónia e a Lituânia alertaram que o bloqueio generalizado do GPS pela Rússia estava a aumentar o risco de acidentes aéreos.

Ao mesmo tempo, a companhia aérea finlandesa Finnair suspendeu os seus voos para Tartu, na Estónia, durante um mês devido a interferências de GPS, descritas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros estónio como um "ataque híbrido russo".

Para responder a este tipo de ameaças, o Exército britânico anunciou em agosto a construção de uma instalação apresentada como uma das maiores da Europa, destinada a preparar os seus equipamentos para o risco de bloqueio do sinal GPS.

Navios espiões russos

Em fevereiro de 2023, a Bélgica anunciou que tinha aberto uma investigação sobre as atividades de um "navio espião" russo avistado em novembro em zonas do Mar do Norte onde existem parques eólicos, gasodutos submarinos e cabos de comunicação.

Em abril seguinte, as principais estações de televisão nórdicas relataram uma iniciativa russa de levar a cabo um programa de espionagem nas águas do norte da Europa, utilizando dezenas de navios militares e civis para explorar possíveis ações de sabotagem.

O Kremlin (presidência russa) apontou de imediato erros e acusações infundadas nestes relatos.

Em julho de 2024, a Finlândia disse ter suspeitas de que um navio de investigação russo violou o seu espaço marítimo.

Remoção de boias

A guarda costeira da Estónia observou em maio passado que as autoridades russas retiraram durante a noite as boias colocadas no rio Narva, que separa os dois países.

O então secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, expressou a sua solidariedade para com a Estónia, enquanto o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, descreveu esta operação russa como inaceitável.

Ao mesmo tempo, um projeto de lei russo que considerava alargar as águas territoriais do país, alterando as fronteiras do Mar Báltico com a Finlândia e a Lituânia, colocou estes dois países em alerta.

Sobrevoos de 'drones'

Em agosto, foram observados sobrevoos de 'drones' durante vários dias consecutivos numa zona industrial alemã em Brunsbüttel, não muito afastada da costa do Mar do Norte.

O 'drone' (aparelho aéreo não tripulado) certamente "não estava lá para observar a magnífica paisagem local, mas porque existe um parque químico e uma instalação de armazenamento de resíduos nucleares nas proximidades", assinalou a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock.

O Ministério Público local anunciou a abertura de uma investigação sobre espionagem com o objetivo de sabotagem.

Leia Também: Suécia abre investigação a suspeita de sabotagem em cabos submarinos

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