Migrante alvo de tratamento "horrível" em centro de detenção na Florida
A mulher, com 33 anos, sofre de problemas psicológicos, e foi mantida em confinamento solitário durante cerca de um mês. Foi ainda gozada e sofreu maus-tratos às mãos dos guardas, no centro de detenção, nos Estados Unidos.
© Veronica Gabriela Cardenas-Pool/Getty Images
Mundo Estados Unidos
Uma migrante, identificada como Ana, com problemas psicológicos, foi mantida em confinamento solitário durante cerca de um mês num centro de detenção na Florida, Estados Unidos.
Após esta situação, foi ainda gozada e observada de forma mal-intencionada por parte dos guardas do sexo masculino que a amarraram, quase nua, a uma cadeira de contenção, alega uma queixa federal de direitos civis, citada pelo jornal The Guardian.
O caso aconteceu no centro de detenção de Baker, um campo rural a cerca de 48 quilómetros de Jacksonville, que tem um longo historial de alegações de maus-tratos, assédio, retaliação e crueldade para com os seus detidos.
Para além desta queixa, existe uma outra denúncia por parte de uma enfermeira do centro que garante ter testemunhado abuso e negligência na instituição.
Outras alegações referem que os funcionários assediavam sistematicamente os detidos de forma racial e sexual, negavam cuidados médicos e produtos sanitários às mulheres e falsificavam registos para encobrir o que faziam.
O caso de Ana, de 33 anos, vítima de tráfico humano e violência doméstica, é referido como "especialmente horrível". A mulher foi colocada num centro de detenção para imigrantes em 2023 durante uma disputa com o seu marido pela custódia do filho mais novo de ambos.
Para além disso, a detida não compreende certas ordens por não falar inglês e, numa das vezes, solicitou produtos de higiene feminina durante a menstruação e o pedido foi recebido com gritos. Ana foi colocada em solitária, durante dois dias, de acordo com um comunicado, seguido de uma queixa.
Neste espaço, a vítima alega que sofreu um episódio de saúde mental, após ser-lhe negado tratamento médico devido a vómitos e sangramento. O desespero fez com que danificasse um sistema de extintores de incêndio na cela. Como consequência, recebeu 30 dias adicionais de confinamento.
Durante este período, Ana começou a bater com a cabeça contra uma parede em aflição e "em vez de responderem à emergência de saúde mental, os guardas do sexo masculino despiram-na e amarraram-na a uma cadeira de contenção num vestido rasgado que expunha o seu seio, e riram-se dela", pode ler-se na declaração.
Os funcionários do centro de detenção infligiram ainda a esta mulher sofrimento emocional, ao negar-lhe aconselhamento jurídico, o que a levou a perder as audiências para a custódia do seu filho.
Uma visita surpresa à instituição, em setembro, resultou num relatório do departamento de Segurança Interna que dava conta que foram verificadas várias insuficiências em Baker, as quais incluíam violações dos padrões de uso de força e falha na manutenção de um registo de solicitações por parte dos detidos.
"Não podemos permitir que uma instalação administrada pelo Governo trate as pessoas deliberadamente com tanto desprezo e com um comportamento predatório", disse Amy Godshall, advogada de defesa dos direitos dos imigrantes.
É esperado que este centro, com cerca de 250 imigrantes nas suas instalações, se expanda significativamente como parte do plano de Donald Trump para deter e deportar milhões de imigrantes ilegais.
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