Presidente cabo-verdiano apela ao diálogo em Moçambique
O Presidente cabo-verdiano apelou hoje ao diálogo entre as diferentes candidaturas e partidos em Moçambique para que termine a violência pós-eleitoral no país.
© Lusa
Mundo Cabo Verde
"Neste momento, o caso está nos tribunais e espero que dirimam os conflitos, esclareçam as dúvidas e que os partidos políticos e diferentes candidaturas possam dialogar entre si e encontrar as pontes, entendimentos e acordos necessários para a manutenção da paz e tranquilidade", referiu José Maria Neves.
O chefe de Estado respondia a jornalistas à margem de um evento público no Palácio da Presidência, na Praia.
Neves caracterizou a situação como "muito tensa", com manifestações quase diárias, cerca de "meia-centena de mortes, quase 200 presos e perto de 800 feridos", pelo que apelou a que haja "contenção, serenidade e, sobretudo, diálogo entre as principais forças políticas".
Devido ao cenário, o Presidente cabo-verdiano disse que tem estado em contacto com responsáveis pela comunidade cabo-verdiana em Moçambique.
"Está tranquila, não tem sido afetada pela crise e apelei no sentido de manterem a serenidade", longe de manifestações, respeitando as instituições e recomendações das autoridades, para que "não haja qualquer tensão ou conflito com cabo-verdianos em Moçambique".
José Maria Neves referiu que tem havido crises pós-eleitorais e ruturas constitucionais em vários países africanos, situação que "deve chamar a atenção dos governantes e dos partidos políticos para que, num primeiro momento, [haja] integridade das eleições, isso é extremamente importante, e haja também o reconhecimento dos resultados".
"Estas situações mostram-nos que devemos agir no sentido de respeitar escrupulosamente as regras do jogo e devemos investir no reforço das instituições democráticas. Se tivermos instituições fortes e inclusivas, teremos eleições justas e transparentes, aceitação das regras do jogo e respeito pelos resultados eleitorais", concluiu.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, convidou, na terça-feira, os quatro candidatos presidenciais para uma reunião, incluindo Venâncio Mondlane, e disse que as manifestações violentas pós-eleitorais instalam o "caos" e que "espalhar o medo pelas ruas" fragiliza o país.
Venâncio Mondlane apelou aos moçambicanos, também na terça-feira, para cumprirem três dias de luto nacional pelas "50 vítimas mortais" nas manifestações pós-eleitorais.
Mondlane contesta a vitória de Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), com 70,67% dos votos, segundo os resultados anunciados em 24 de outubro pela CNE e que ainda têm de ser validados pelo Conselho Constitucional.
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