Scholz expressa preocupação sobre uso de míssil hipersónico russo
O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse hoje que o disparo de um míssil balístico hipersónico pela Rússia contra a Ucrânia constitui "uma terrível escalada" no conflito mas recomenda prudência no apoio militar a Kyiv.
© Axel Schmidt/Getty Images
Mundo Ucrânia
"Não queremos fornecer à Ucrânia mísseis de cruzeiro capazes de penetrar em território russo", reiterou o chanceler alemão, sublinhando que "a prudência e o apoio claro à Ucrânia são indissociáveis".
O chanceler falava perante uma reunião de autoridades locais de Berlim.
A NATO e a Ucrânia vão reunir-se em Bruxelas na próxima terça-feira para discutir a utilização por Moscovo, contra território ucraniano, de um míssil balístico de alcance intermédio (até 5.500 quilómetros), concebido para transportar uma ogiva nuclear.
Na quinta-feira, o Presidente russo justificou o disparo em resposta aos dois ataques efetuados pela Ucrânia contra território russo nos últimos dias com mísseis norte-americanos ATACMS e britânicos Storm Shadow, armas com um alcance de cerca de 300 quilómetros.
Vladimir Putin considerou que o conflito na Ucrânia tem atualmente contornos de uma "guerra mundial" e advertiu que não pode excluir a possibilidade de ataques contra "países ocidentais".
Enfraquecido pela desagregação da coligação governamental e em campanha para as eleições legislativas antecipadas de fevereiro, Olaf Scholz intensificou, nas últimas semanas, o discurso de contenção no apoio militar à Ucrânia.
O líder do Partido Social-Democrata (SPD) alemão tem insistido na recusa em fornecer à Ucrânia mísseis alemães de longo alcance Taurus "para evitar uma guerra entre a Rússia e a NATO".
"Só no SPD (...) é que a prudência e o apoio claro à Ucrânia andam de mãos dadas", insistiu num discurso que pretende marcar diferenças em relação aos conservadores democratas-cristãos da CDU posicionados à frente nas sondagens.
A CDU é favorável ao fornecimento de mísseis Taurus à Ucrânia.
Olaf Scholz é agora o único candidato à liderança do Partido Social-Democrata nas eleições de 23 de fevereiro na Alemanha, depois de o único adversário interno, o ministro da Defesa Boris Pistorius, ter desistido de disputar o poder na quinta-feira à noite.
De acordo com uma sondagem publicada na quinta-feira, 61% dos alemães apoiam a decisão de Scholz de não fornecer mísseis Taurus à Ucrânia.
Leia Também: Ocidente compreendeu a mensagem do novo míssil russo, diz Moscovo
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com